Mesmo com a falta de contêineres e aumento dos fretes marítimos, o Brasil tem registrado alta nas exportações de frutas. Destaque para uva com aumento de 73%, seguida da maçã, 58%, manga, 26%, mamão, 21%, limão, 19%, abacate 18% e banana, 16%.
Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, o aquecimento nas demandas internacionais, principalmente vindas do mercado europeu, é um dos fatores que justifica essa alta performance. A valorização do dólar torna a remuneração bem atrativa o que contribuiu também para estes resultados.
Outro fator destacado por Guilherme para este bom desempenho foi as condições climáticas favoráveis que resultaram na boa produção e na melhor qualidade das frutas produzidas, além da abertura de novos mercados que tem se intensificado nos últimos anos através de um trabalho do MAPA com o apoio do setor produtivo. Esse trabalho aliado a uma robusta ação de promoção das frutas brasileiras no mercado externo que vem sendo desenvolvida pela Abrafrutas com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) tem sido decisivo no desempenho positivo das exportações.
“O vento tem soprado a nosso favor, o setor de frutas tem despontado e mostrado o grande potencial. Estamos provando que além de sermos grandes produtores de frutas, podemos ser também grandes exportadores. As nossas frutas são as mais saborosas e de altíssima qualidade, este reconhecimento tem vindo através desses números. Afirmo que a fruticultura brasileira tem potencial para expandir ainda mais e alcançar novos mercados”, disse Guilherme Coelho.
Além desses, Guilherme aponta a busca por alimentos mais saudáveis como marco neste crescimento. Segundo ele, o mundo tem consumido mais frutas, pois não existe nada mais saudável. “As frutas são ricas em vitaminas e sais minerais, são versáteis, podem ser bem aproveitadas em pratos doces ou salgados. Alimento que tem de todos os sabores, cores e texturas, agradando diversos paladares e gostos. Além disso, produzimos frutas o ano inteiro”, contou.
Abacaxi, pêssego e goiaba são outras frutas que têm crescido na balança comercial. A goiaba, por exemplo, teve aumento nas exportações de 132%, comparadas com o mesmo período de 2019. Considerada pelo mercado internacional como fruta exótica, a goiaba tem caído no gosto dos importadores. Este ano a região de Carlópolis no Paraná, considerada uma das maiores produtoras de goiaba do Brasil, conseguiu o selo de indicação geográfica “IG” o que influenciou diretamente no aumento da procura pela fruta.
Para o presidente da Abrafrutas, a meta do primeiro bilhão está próxima e o setor vai comemorar muito, sendo este resultado de muito trabalho e esforço de todos que compõem a fruticultura brasileira, setor dentro do agro que mais emprega e que contribui muito com o desenvolvimento do país.
Telma Martes