Escolas mais solidárias pós pandemia

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As escolas só serão locais de profusão de solidariedade se fizerem de seus espaços locais onde se alimenta sonhos. Há muito as escolas deixaram de ser o local onde se vive sonhos.

Em acenei como sendo uma das possibilidades a aflorar nesse novo mundo pós pandemia – mas que acima de tudo deve ser construído – a ideia de imaginarmos escolas solidárias. Efetivamente, não se trata de criar um modelo, pois é impossível fazer a solidariedade, a cooperação e o cuidado se assentarem numa proposta. A solidariedade só pode ser experimentada.

Como poderão ser ou se organizar as escolas quando chegar ao fim a pandemia?

Parafraseando a professora Tatiana Lebedeff, que em artigo publicado diz que “quando as aulas voltarem, eu não quero que tenha aula”, surge a ideia de que as escolas que nascerão devem subverter seus próprios passos. Não receber os alunos eu seu formato habitual é o primeiro sinal dessa transformação. Recebe-los de outra maneira é o começo do novo.

Ora, como podem ser erigidas escolas solidárias? Elas só se farão na experimentação, na acolhida a estudantes que ainda não sabemos em que condições chegarão. A solidariedade dentro das escolas será experimentada na atenção àqueles que chegam mais vulneráveis. Uma vulnerabilidade com feições emocionais, econômicas, sociais, e também de aprendizagem. Mas há também de se atentar para os rostos ausentes, aqueles que não comparecerem.

Há muito tempo se fala que os estados emocionais e as condições socioeconômicas são fatores que interferem na aprendizagem. Novamente, a aprendizagem se constituirá no grande desafio que as escolas devem enfrentar.

“O aluno que recebe afeto do professor também passa a conhecer mais as suas emoções e aprende a conviver com indivíduos de pensamentos diferentes sem se preocuparem se são ou não amados. O amor do professor basta-lhe. O aluno vê no professor amado um herói, ele sabe que pode contar-lhe seus mais íntimos segredos, confiar-lhe seu brinquedo mais querido e falar de si sem temer ficar de castigo ou coisa parecida.” 

(Rosângela  Trajano)

 




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