O fato de o novo coronavírus ser transmitido muito rapidamente e sem nenhum controle – além de ainda não haver vacina de proteção ou remédio para cura –, reforça as orientações da OMS e das autoridades sanitárias de todo o mundo sobre a adoção de medidas restritivas e de segurança como a forma mais eficiente para conter a propagação do novo coronavírus, evitar o colapso do sistema de saúde como ocorre em diversos países e salvar vidas. No Brasil, quatro estados e oito capitais já estão com ocupação acima de 90% de leitos de UTI.
Até esta quinta-feira, dia 07, o país tem registrado 127 mil pessoas infectadas, com 51.370 recuperadas e 8.588 mortes. A Bahia registra 4.528 casos confirmados e 165 óbitos. De acordo com informações da Sesab, a ocupação de leitos intermediários no estado é de 54% e de UTI, adulta e pediátrica, é de 64%. E o que mais preocupa os especialistas em saúde, além das autoridades governamentais do estado e dos municípios baianos, é a diminuição do índice de distanciamento social, que em abril chegou ao ponto máximo de 68% e hoje está em apenas 40%.
“Juazeiro foi a primeira cidade da Bahia a realizar as ações preventivas, implantando o distanciamento social com suspensão das aulas, fechamento do comércio e de outros segmentos não essenciais, além das importantes ações práticas como forma de prevenção e combate à pandemia. Aliado a essas ações foi fundamental, num primeiro momento, a consciência da população sobre a importância do cumprimento dessas medidas, algo que infelizmente tem diminuído drasticamente e num momento mais crítico”, avalia o infectologista e assessor da Secretaria da Saúde de Juazeiro, Washington Luiz.
Washington lembra que o Brasil está com a curva em alta da pandemia e as próximas semanas serão determinantes para se ter a real dimensão do que ocorrerá. “É notório que o vírus está migrando dos grandes centros para as pequenas cidades, daí ser de extrema importância reforçar as medidas de prevenção e outras ações restritivas. No momento não há outra forma de evitar que mais pessoas sejam infectadas pela Covid-19”, ressalta o infectologista da Sesau.
Na última atualização do boletim divulgado pela Sesau, Juazeiro contabiliza 18 pacientes confirmados com a Covid-19, sendo 11 curas clínicas e 1 óbito. Para o infectologista, a situação poderia estar pior se o prefeito Paulo Bomfim não tivesse se antecipado à chegada da pandemia no estado, adotando as medidas de segurança necessárias e agindo de forma prática e eficiente para evitar um surto no município. No entanto, ele alerta que ainda é preciso tomar os devidos cuidados para que a situação não saia do controle.
“Estamos passando por um momento delicado, em que começaremos a evidenciar o crescimento acelerado no número de casos, e é justamente agora que precisamos reforçar o distanciamento social. Não é hora de abaixar a guarda, pois a situação ainda é muito grave e todos precisam fazer a sua parte. Cuidar de si e da família também é cuidar do coletivo. É questão de consciência social e de proteção à vida. Portanto, quem puder tem de ficar em casa”, conclama.
Luiz Hélio/PMJ