No centro da investigação deflagrada na última segunda-feira pela Polícia Civil da Bahia para apurar o rompimento de um contrato para a entrega de respiradores ao Consórcio Nordeste, a empresa Bioenergy fechou o protocolo de intenções com o governo da Bahia para produzir os equipamentos no dia 11 de maio, em ato comemorado como um feito pelo vice-governador do Estado e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, João Leão.
Hoje preso temporariamente na Polinter, o sócio-fundador da companhia, Paulo de Tarso, também participou do evento de assinatura do protocolo de intenções com o governo da Bahia, prometendo que a produção dos equipamentos geraria empregos no Estado “neste momento crítico e de incertezas”. O contrato foi celebrado como uma alternativa à compra de respiradores da China, da qual a aquisição de dois lotes dos produtos havia sido suspensa pelo governo.
Pelo acordo com o governo baiano, a Bionergy contaria com o apoio técnico do Senai Cimatec, que ofereceu ainda condições especiais, como a divisão em 50% dos custos de condomínio e de aluguel da área, para ajudar na produção dos respiradores. “Estamos vivendo um momento muito difícil. A Bahia se sente privilegiada de uma fábrica dessa natureza se instalar por aqui”, disse Leão na ocasião.
Empolgado, bem ao seu estilo, o secretário chegou a prever que os equipamentos atenderiam aos mercados do Nordeste, de outros Estados da Federação e até mesmo à América do Sul. Ele chegou a dizer que vinha sendo assediado por prefeitos baianos, preocupados em equipar suas cidades ante a chegada da pandemia. Quanto ao sócio-fundador da Bionergy, previu que a operação da fábrica geraria 180 empregos.
Pelo visto, tudo não passou de uma miragem!
Politica Livre/Foto: Raiana Veríssimo/Política Livre/Arquivo