O senador Angelo Coronel (PSD-BA) criticou o também senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) por divulgar nas redes sociais a gravação de uma conversa telefônica com o presidente Jair Bolsonaro (clique aqui e saiba mais sobre a gravação).
No diálogo, Bolsonaro pede ao parlamentar que articule para incluir no escopo da CPI da Covid as ações de governadores e prefeitos no combate à pandemia. Para o presidente, caso a comissão deixe esses atores de fora, serão investigados apenas o governo federal e aliados, para produzir um "relatório sacana".
A divulgação gerou reclamações do presidente, que comentou o assunto na manhã desta segunda-feira (12). “Eu fui gravado em uma conversa telefônica, está certo? A que ponto chegamos no Brasil? Gravado”, comentou para apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
Para Coronel, Kajuru “extrapolou” ao gravar o presidente da República. “As conversas telefônicas precisam ser privativas. A partir de quando isso [gravar conversas com o presidente] vira moda, nenhum governador vai querer atender deputado, nenhum prefeito quer atender vereador, pois vai perder a confiança. O senador extrapolou em, simplesmente, gravar uma conversa com o presidente da República”, avaliou o senador, em entrevista ao Bahia Notícias.
O parlamentar baiano também criticou Bolsonaro por ter dito, na conversa com Kajuru, que precisaria sair “na porrada com um bosta desses” (leia sobre isso aqui), em referência ao senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do pedido da CPI Covid.
“O presidente exagerou. É preciso haver respeito entre os poderes. Isso [pedido de CPI] faz parte do jogo. O presidente foi parlamentar, fazia oposição radical aos governos”, disse.
por Bruno Luiz/BN