O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Benjamin Zymler, determinou que o Ministério da Saúde “dê imediata destinação” aos testes RT-PCR para detectar a Covid-19 que seguem encalhados. Cerca de 2,8 milhões de doses, conforme apontou o portal Metrópoles, seguem parados no depósito da pasta, mesmo após a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) estender o prazo de validade até maio e junho deste ano. A determinação do TCU data da última sexta-feira (9).
Em dezembro de 2020, a Anvisa havia prorrogado, por mais quatro meses, o vencimento de 6,9 milhões de exames que estavam prestes a ser descartados. O Ministério da Saúde informou que, desse total, 4,1 milhões foram enviados aos estados e ao Distrito Federal.
Na avaliação do ministro do TCU, “causa preocupação esse alto número, especialmente se comparado com o histórico de utilização do insumo nos últimos 12 meses”.
De acordo com dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, entre abril de 2020 e março de 2021, foram utilizados 74.150 kits, o que dá uma média mensal de 6.179. Cada kit corresponde a 100 testes.
“A persistir nesse ritmo, há risco iminente de não haver adequada destinação ao estoque atualmente disponível que está prestes a vencer. Para que não haja a perda do insumo, em abril e maio deste ano será necessária a utilização de uma média de 14.500 kits, número superior, portanto, à média (6.179) dos últimos 12 meses”, registra Zymler.
A pasta federal da Saúde ressaltou, ao Metrópoles, a possibilidade de nova avaliação da Anvisa para estender o prazo de validade desses exames estocados.
Foto: Camila Souza/GOVBA