O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) cresceu 3,2 pontos no mês de junho. É a segunda alta consecutiva do índice, que se encontra em 61,7 pontos, bem acima da linha divisória de 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança. O valor está próximo dos patamares registrados no segundo semestre de 2020, período de forte recuperação da economia brasileira.
Para o deputado Tiago Dimas (Solidariedade/TO), esse otimismo é importante para estimular a produção e o investimento no setor. “Agora nós temos sinais claros de uma recuperação que é consistente e principalmente de uma intenção do empresário industrial de voltar a investir. Isso é fundamental para o Brasil. E a nossa torcida é para que empresários tenham condições de fazer esses investimentos necessários”.
Segundo o professor de economia do Ibmec Brasília, Renan Silva, apesar da pandemia ter reduzido a atividade industrial, atualmente, o movimento se encontra inverso. “Temos uma injeção de investimentos por conta dessa atividade econômica mais intensa, aumento da confiança e, naturalmente, a utilização da capacidade instalada deve subir gerando mais empregos. No último trimestre de 2021 devemos enxergar uma redução do desemprego de uma forma mais intensa”.
A indústria do Tocantins exportou US$ 3 milhões em 2020. Tiago Dimas destaca que a saída de produtos tem contribuído para aumentar os recursos do País. “No agronegócio nós também estamos batendo recorde de exportação de soja e carne, tanto no Brasil, quanto no meu querido Tocantins. Então, essas exportações são a entrada de mais dinheiro. E o dinheiro que circula aqui cria renda para a nossa população”.
Os principais setores de Tocantins são construção (42,5%), serviços industriais de utilidade pública (32,6%), alimentos (11,3%), extração de minerais não-metálicos (2,8%) e minerais não metálicos (2,5%). Juntos, esses setores representam 91,7% da indústria do estado.
O número de estabelecimentos industriais do estado contabiliza 2.264 e gera 28.181 empregos.
Componentes do ICEI
O ICEI é composto por dois fatores: Índice de Condições Atuais e Índice de Expectativas. Em junho de 2021 todos os componentes registraram avanço.
O Índice de Condições Atuais teve destaque por demonstrar crescimento positivo do estado atual da economia brasileira e das empresas. O índice cresceu 4,6 pontos, de 50,2 para 54,8 pontos, se afastando, assim, da linha divisória de 50 pontos que separa uma percepção negativa de uma percepção positiva das condições atuais.
Já o Índice de Expectativas, que estava em um alto patamar, avançou 2,5 pontos, atingindo 65,1 pontos, o que indica ainda mais otimismo da indústria para os próximos seis meses. O índice vem oscilando há alguns meses, mas se mantém em patamar elevado, acima do registrado antes da pandemia.
O ICEI cresceu em 29 dos 30 setores da Indústria. A confiança caiu em apenas um setor: Outros equipamentos de transporte (-1,1 ponto).
Com o avanço da vacinação contra o coronavírus no país, espera-se que nos próximos meses o crescimento do ICEI seja maior, como explica Renan Silva. “Acredita-se que vamos enxergar um crescimento em todos os segmentos. Tanto industrial como na agricultura, que continua devido aos preços das commodities. Talvez o que tenha ficado mais pra trás foi o setor de serviços, mas ele também deve retomar agora com mais intensidade, uma vez que a gente começa a ter uma inversão da curva de mortalidades e aumento do fluxo de pessoas no comércio geral”.
Dimas também acredita que a vacinação vai impulsionar a retomada da confiança empresarial. “Eu vejo uma expectativa muito positiva, principalmente porque estamos avançando na vacinação contra a Covid-19. Então, quanto mais as pessoas estiverem imunizadas, maior vai ser a demanda por produtos industrializados”.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) é um indicador antecedente do desempenho industrial que sinaliza as mudanças de tendência da produção do setor.
Fonte: Brasil 61/Foto: Arquivo/CNI