O Governo Federal decidiu leiloar 100% dos ativos e passivos dos Correios como parte do processo de privatização do serviço. Um único comprador será escolhido em uma licitação prevista para março de 2022. A Câmara dos Deputados adiantou a votação para antes do recesso parlamentar, e a proposta deve ser discutida na semana que vem. O deputado federal Gonzaga Patriota (PSB) reforçou, mais uma vez, seu posicionamento contrário à proposta.
“Já conseguiram aprovar a privatização da Eletrobras e agora estão querendo vender o controle integral dos Correios. Não podemos permitir que isso aconteça, estão vendendo nosso patrimônio. O Estado está abdicando sua participação em setores que são de interesse público fundamental, isso afeta a nossa soberania. Com empresas privadas, os custos dos serviços prestados tendem a aumentar, elas visam apenas o lucro”, avalia Patriota.
O leilão dos Correios está previsto para março de 2022, próximo ao da Eletrobras, já aprovado pelo Congresso. Para regulamentar o novo serviço privado de postagens, o governo pretende transformar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em Agência Nacional de de Comunicações (Anacom).
O valor de venda da estatal ainda não foi definido – o último balanço dos Correios, de 2020, indica ativos que somam R$ 14 bilhões (circulantes e não circulantes). O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) calcula passivo de R$ 13 bilhões. Em 2020, a empresa arrecadou aproximadamente R$ 5,5 bilhões com serviço de correspondência – com encomendas, a receita chegou a R$ 11 bilhões. O BNDES indica lucro líquido de R$ 1,5 bilhão em 2020.
Assessoria de Comunicação