O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, elogiou a iniciativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para reparo de respiradores hospitalares, equipamentos utilizados para tratar pacientes com sintomas graves de covid-19. A Iniciativa + Manutenção de Respiradores, encabeçada pelo SENAI, conta com uma rede voluntária formada pela instituição e por empresas multinacionais.
“599 ventiladores já haviam sido encaminhados para conserto. Desses, 90 estão em calibração e 100 respiradores já foram reparados e devolvidos para hospitais. Então, 100 desses [aparelhos] foram consertados e já podem entrar em funcionamento”, ressaltou Gabbardo.
A corrida por esses equipamentos no mercado mundial tem aumentado preços e aberto concorrência entre países como Estados Unidos e Reino Unido, que passam pelo pico da covid-19 desde o início do mês. No Brasil, a estimativa é que 3,6 mil respiradores estejam fora de operação no Brasil, seja porque foram descartados ou têm necessidade de manutenção. Para cada ventilador recuperado, dez pessoas podem ser atendidas, segundo dados da LifesHub Analytics e da Associação Catarinense de Medicina (ACM).
A ação nacional, que é gratuita e se estende a 19 estados, conta com o apoio de montadoras e indústrias do aço e de mineração, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) da Universidade de São Paulo (USP), do Ministério da Saúde, do Ministério da Economia, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Associação Brasileira de Engenharia Clínica (ABEClin). Atualmente, 35 pontos estão aptos para recolher e restaurar os equipamentos – em vinte unidades do SENAI e em 15 unidades de empresas parceiras. Em estados onde não há pontos de manutenção, o Ministério da Defesa tem apoiado a ação e realizado o transporte dos ventiladores mecânicos.
O diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi, reforça que o setor industrial não tem medido esforços para reduzir os efeitos da crise e garante que as empresas parceiras foram preparadas pela instituição para fazer a manutenção correta dos equipamentos.
“Essa rede está capacitada para, muito rapidamente, colocar em prontidão – ou seja, em pleno funcionamento – esses 3,6 mil aparelhos. Acreditamos que esse número pode chegar a cinco mil ventiladores e respiradores”, projeta Lucchesi.
Além de liderar a recuperação de respiradores fora de operação no país, o SENAI também lançou o edital de inovação para a indústria, que investirá em projetos destinados a prevenir, diagnosticar e tratar a covid-19 e que sejam de aplicação imediata. Isso inclui, por exemplo, a aquisição e a produção de materiais essenciais para o enfrentamento da crise, como álcool em gel e máscaras.
“A nossa atuação será no suprimento de problemas, como os testes rápidos para a detecção da doença. No isolamento, ter uma gama ampla desses testes vai ser de grande importância, bem como a fabricação de ventiladores (respiradores). Estamos focando em ações que vão ao encontro das necessidades da sociedade, do país e da indústria brasileira”, aponta Rafael Lucchesi, que reforça a importância de “salvar vidas”.
O investimento disponível para empresas e startups chega a R$ 30 milhões, se somadas as duas chamadas da licitação, e cada projeto poderá captar até R$ 2 milhões. Para participar do edital de inovação, as proposições podem ser realizadas por meio do WhatsApp, no número (61) 99628-7337 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Essas e outras ações do SENAI fazem parte da campanha nacional “A indústria contra o coronavírus”, que também conta com a participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Serviço Social da Indústria (SESI), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e as Federações das Indústrias dos 26 estados e do DF. Mais informações podem ser acessadas nas redes sociais de cada entidade.