O ex-ministro Sérgio Moro negou a acusação do presidente Jair Bolsonaro de que a substituição do ex-diretor geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, tenha sido ‘moeda de troca’ para a próxima vaga do Supremo Tribunal Federal (STF), que abrirá em novembro com a aposentadoria do decano, ministro Celso de Mello.
“A permanência do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, nunca foi utilizada como moeda de troca para minha nomeação para o STF”, escreveu Moro. “Aliás, se fosse esse meu objetivo, teria concordado ontem com a substituição do Diretor Geral da PF”.
Em pronunciamento, Bolsonaro afirmou que Moro condicionou a exoneração de Valeiro à indicação para a Corte. “Me desculpe, mas não é por aí”, declarou Bolsonaro no Palácio do Planalto. “Reconheço as suas qualidades em chegando lá, se um dia chegar, pode fazer um bom trabalho, mas eu não troco. E outra coisa, é desmoralizante para um presidente ouvir isso”.
Valeixo foi exonerado nesta sexta-feira, 24, levando Moro a pedir demissão em sequência e acusar Bolsonaro de tentar interferir politicamente no comando da Polícia Federal para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência.
Moro era um dos cotados para vaga no STF, indicação que cabe ao presidente da República.
Em outro tuíte, Moro rebateu a alegação de Bolsonaro que Valeixo, na verdade, pediu demissão por se sentir exausto desde o início do ano. O ex-ministro afirmou que, na verdade, o ex-diretor-geral estava cansado ‘de ser assediado dese agosto do ano passado para ser substituído’.
“Ontem, não houve qualquer pedido de demissão, nem o decreto de exoneração passou por mim ou me foi informado”, afirmou Moro.
Na madrugada desta sexta, um decreto com a exoneração ‘a pedido’ de Valeixo foi publicada no Diário Oficial da União com a assinatura de Moro, que alega não ter assinado o documento.
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