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Pandemia evidencia problemas de planejamento urbano das cidades brasileiras

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Embora seja a oitava maior economia do planeta, o Brasil padece de sérios problemas de sanitarismo, transporte e habitação. Todos já eram evidentes há décadas e apontavam para um desenvolvimento urbano aquém do que o país necessita. A pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, no entanto, escancarou a falta de planejamento nas cidades, evidenciou o despreparo da gestão pública e deu ainda mais luz a desigualdade social. O Brasil 61 conversou com especialistas para fazer um diagnóstico da situação e apontar para possíveis soluções para um país que vai precisar se reinventar após a emergência de saúde pública.

Tomas Alvim coordena o Laboratório ArqFuturo de Cidades, do Insper, que estuda evolução urbana no mundo por meio de várias ferramentas, entre elas dados georreferenciados e métodos analíticos. A ideia é ir além das abordagens tradicionais do urbanismo, que já se encontram ultrapassadas no Brasil, propor inovações e projetos de arquitetura e urbanismo com o objetivo de contribuir para a melhoria do ambiente construído, da gestão e da qualidade de vida nas cidades. O especialista acredita que os nossos centros urbanos crescem mal, com problemas de segregação, poluição e mobilidade. E a pandemia trouxe o fim da invisibilidade de uma realidade que é inaceitável e que agora não pode ser mais ignorada.

“A tal população invisível que a gente não via e, de repente, apareceram mais de 40 milhões de pessoas a mais para pegar os auxílios do Governo Federal, que não estavam em cadastro nenhum, mostra muito o que é essa invisibilidade das cidades. Saíram da invisibilidade uma massa de pessoas morando em condições absolutamente inaceitáveis, sob qualquer ponto de vista”, ressalta Alvim.

Segundo o coordenador do laboratório, a realidade de grandes centros urbanos do país se mostrou ainda mais precária durante a pandemia, com indicadores de vulnerabilidade que passam por saúde, saneamento, educação, mobilidade, entre outros. “A primeira coisa que a pandemia nos obriga a fazer é rever essa metáfora de cidade que a gente tem. Agora nós estamos pagando o preço dessa precariedade. Enquanto controlamos a pandemia nas áreas mais desenvolvidas da cidade, estamos vendo a dificuldade de exercer esse mesmo controle em populações com outras condições socioeconômicas que não conseguem fazer o isolamento ou questões relacionadas ao saneamento básico”, destaca. “Não podemos ser um país que é a oitava maior economia do mundo e que tem 100 milhões de pessoas sem acesso a saneamento, 35 milhões de pessoas sem acesso à água potável.”

Repetição dos erros

As cidades deveriam promover a equidade, principalmente em relação à inclusão da maior parcela da população. O que acontece no Brasil, no entanto, é um crescimento desordenado dos centros urbanos. Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos nove anos observou-se um aumento substancial de Aglomerados Subnormais, ou seja, áreas residenciais cujas as populações apresentam condições socioeconômicas, de saneamento e de moradia precárias, além de uma densidade de edificação elevada, o que se mostrou um problema para o isolamento social e ajudou a disseminar a Covid-19.

Os Aglomerados, popularmente conhecidos como favelas ou comunidades, eram pouco mais de 6.300 em 2010 e estavam presentes em 323 municípios brasileiros. Em 2019 esse número saltou para aproximadamente 13.150, ocupando 734 municípios. Segundo o IBGE, isso totaliza mais de 5,1 milhões de residências, ou quase 8% dos domicílios brasileiros.
“Nossas cidades crescem e crescem mal. E não é um problema só das grandes cidades, pois os pequenos e médios municípios repetem os mesmos problemas. Você desenvolve uma cidade e não atenta para questões de infraestrutura básica como saneamento, água potável, coleta de lixo, e nem para as questões das condições de moradia”, alerta Alvim.

O especialista explica que as cidades aprenderam, após a era da industrialização, a combater as epidemias, mas que se esqueceram disso com o tempo e hoje estão perdendo essa batalha. “Hoje elas são produtoras de exclusão sócioespacial. A classe alta está levando a cidade para dentro do condomínio e a classe pobre está indo morar cada vez mais longe do trabalho, em locais sem infraestrutura e, muitas vezes, sem governança. A gente mesmo produziu o pior cenário.”

Reversão do quadro

A criação da medicina urbana veio junto com a melhor estruturação das cidades e a percepção de que o saneamento básico deveria existir em todos os lugares. Já nos anos 1800 ingleses e franceses sabiam que isso era primordial para combater as epidemias que à época dizimaram milhares de vidas. Segundo Alvim, o crescimento desenfreado e desorganizado no Brasil regrediu nesse sentido e a pandemia atual mostrou, de forma mais enfática, a necessidade urgente de ações mais bem estruturadas.

“Se você tem um país que é essencialmente urbanizado, você tem de fazer uma agenda que priorize reverter esse quadro com políticas públicas efetivas e transformadoras dessa realidade. Tudo o que a gente produziu num passado recente no Brasil só fez aumentar essa exclusão, essa segregação. A gente tem de produzir cidades em que as pessoas possam estar mais perto do trabalho, dos serviços públicos, dos equipamentos, da qualidade de vida. Já era uma questão latente antes da pandemia e, agora, é ainda mais notória”, pontua.

Eleonora Lisboa Mascia, presidente da Federação Nacional dos Arquitetos Urbanistas, aponta que a pandemia ocasionada pelo novo coronavírus evidenciou ainda mais a desigualdade social e territorial, onde a periferização das grandes cidades é basicamente recortada pela precariedade da unidade habitacional. A especialista explica que a impossibilidade das pessoas de se deslocarem, não só pela questão das distâncias, mas também pela questão do isolamento trouxe novamente à tona uma série de questões que envolvem os grandes centros urbanos.

“Essa questão do ficar em casa. Mas qual casa? Em que condições as pessoas estão morando? Isso pode ser considerado uma moradia digna? As pessoas passam grande parte do tempo ou no trabalho, ou se deslocando para o trabalho e pouco tempo nos espaços, muitas vezes, sem condições sanitárias ou de adequação e de habitabilidade. Isso, na pandemia, ficou bastante escancarado”, ressalta Eleonora.

Segundo a especialista, além do diagnóstico feito neste período e de posicionamentos mais forte em torno de questões como a regularização fundiária por parte de várias entidades, algumas iniciativas locais já estão sendo feitas e podem servir de exemplo para a mudança desse quadro. Ela cita a comunidade paulista de Paraisópolis que se organizou para atendimento da população necessitada durante a pandemia, e o Morro da Providência, no Rio de Janeiro, onde um grupo chamado Urbanismo contra o Coronavírus, formado por profissionais de diversas áreas, prestou assistência nesse momento, inclusive nas questões de melhorias mais céleres em relação à melhoria urbanística da comunidade.

“Tivemos uma mobilização forte de diversas organizações comunitárias para que pudesse atender à demanda onde o estado não está presente”, conta Eleonora. Hoje estamos em um momento difícil, com desmonte das políticas públicas, principalmente de habitação, saneamento e planejamento urbano e esses movimentos podem servir de exemplo”, destaca Eleonora.

Locação social

O foco de produção habitacional deve ser um dos principais instrumentos da política de desenvolvimento urbano no país, segundo Eleonora. Ela acredita que outras soluções, como a locação social, podem resolver o problema, já que há um enorme contingente de imóveis vazios sem cumprir a função social e que poderia ser disponibilizados pelo poder público, como acontece em vários países.

Um levantamento feito pela Fundação João Pinheiro aponta que no Brasil há cerca de oito milhões de domicílios vagos em condições de serem ocupados e em construção. Muitas vezes, um edifício inteiro. O volume tem a capacidade de atender dezenas de milhões de pessoas. A mesma pesquisa, feita entre 2015 e 2018, mostra que o país possui um déficit habitacional de 6,3 milhões de habitações. Paralelo a isso, quase um milhão de domicílios estão em condições precárias, sem sanitários, sem infraestrutura ou mesmo sem cobertura adequadas e mais de 5 milhões estão superlotados e ou alugados por trabalhadores sem condições de arcar com a despesa. 

Eleonora cita que o Brasil ainda engatinha neste sentido e menciona o exemplo de um prédio em São Paulo adquirido pela Companhia Metropolitana de Habitação para disponibilizar 50 unidades de moradia a artistas idosos. “O Palacete dos Artistas, em São Paulo. É um prédio na Avenida São João adquirido pela Cohab São Paulo, disponibilizado para idosos que atuaram na área cultural de alguma forma e que hoje não têm onde morar. É cobrado um valor simbólico para o município para manter aquele espaço”, conta. 

A locação social é um programa instituído pelos governos e geralmente é aplicado por prefeituras locais. A finalidade é utilizar imóveis urbanos desabitados e antigos, que são restaurados e disponibilizados para pessoas de baixa renda. O valor do aluguel também precisa ser bem mais abaixo daquele cobrado na área. Na França, por exemplo, a estratégia é feita para recuperar imóveis na área central e trazer mais equalização à população.

Plano Diretor

O portal Brasil 61 trouxe uma matéria sobre os Planos de Mobilidade Urbana (link: https://www.brasil61.com/noticias/ausencia-de-planos-de-mobilidade-urbana-persiste-na-maior-parte-dos-municipios-brasileiros-bras200430), que devem ser integrados ao Plano Diretor, um planejamento obrigatório para municípios com mais de 20 mil habitantes. Segundo os especialistas, esse é um dos maiores problemas de gestão no que tange o desenvolvimento urbano.

Tomas Alvim, do Laboratório de Cidades, explica que o Brasil sabe o que precisa, mas tem muita dificuldade de fazer transformações dos espaços urbanos, investir nas cidades, gerar mais mão de obra e, consequentemente, mais taxas aos municípios. Ele acredita que essa prioridade não é apenas do setor público, que tem sido ineficiente em transformar essa realidade, mas da sociedade como um todo. E após a pandemia, é possível que novos modelos de gestão compartilhada surjam para modificar a realidade das cidades.

“Confesso que sou otimista por esse lado porque essa oportunidade que surgiu é única. Várias cidades no mundo estão aproveitando essas oportunidades para fazer saltos importantes no seu planejamento urbano. Nós chegamos a um ponto insustentável da condição de vida nesses centros urbanos. Não podemos ter a grande massa da nossa sociedade vivendo nesse nível de precariedade”, destaca Alvim. “O município tem o Plano Diretor, a lei de zoneamento e o código de uso e obras da cidade. Mas mesmo os municípios que possuem esse arcabouço não estão fazendo transformações substantivas. A pandemia mostrou para a gente que o problema é muito mais grave do que esses instrumentos estão dando conta. Esses instrumentos regulatórios historicamente não resolveram nossos problemas e implementar novas estratégias é mais do que necessário.”

Brasil61/Foto: Divulgação

Aneel prorroga proibição de cortes no fornecimento de energia por falta de pagamento até 31 de julho

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No início da semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu prorrogar a proibição de cortes no fornecimento de energia elétrica por falta de pagamento dos consumidores. Agora, o prazo final é 31 de julho.

Inicialmente, a suspensão dos cortes, aprovada em março, valeria até o dia 23 de junho. A medida foi adotada devido à da crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus.

De acordo com a Aneel, a prorrogação foi necessária porque até 23 de junho as consequências da pandemia da Covid-19 ainda estarão persistindo. 

Pela medida, todas as residências urbanas e rurais e os serviços considerados essenciais, como hospitais, por exemplo, estão protegidas contra corte do fornecimento desse serviço.

A resolução que suspendeu os cortes, aprovada em março, autorizou outras medidas, como a permissão para que as distribuidoras de energia emitam fatura levando em consideração o consumo médio dos últimos 12 meses. Além disso, foi estabelecido que o consumidor faça a própria leitura dos medidores.

Brasil61/Foto: Divulgação

Manejo do melão no Rio Grande do Norte apresenta bons resultados com BRANDT

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A BRANDT, uma das maiores fornecedoras de fertilizantes especiais do mundo, investe em pesquisas e desenvolvimento de melão. Alguns produtos da empresa já foram testados em universidades do Rio Grande do Norte e os primeiros resultados são animadores. “Nossos tratamentos aumentaram a produtividade e a qualidade dos melões nos trabalhos realizados. Itens já tradicionais em nossa linha também podem contribuir imediatamente para a melhoria dos resultados da cultura dessa importante fruta”, destaca Antonio Coutinho, Diretor de Inovação da BRANDT do Brasil.

A produção brasileira de melão mantém-se estável nos últimos 10 anos, sem crescimento expressivo. A área cultivada é aproximadamente de 24 mil hectares, com produção estimada em 582 mil toneladas anuais. “Em 2020, esperava-se incremento importante de exportações para a China. A expectativa era vender 25% a mais do que as atuais 250 mil toneladas. Mas possivelmente esta previsão tenha um resultado diferente, por conta de algumas limitações impostas pela situação em que estamos passando com a COVID-19”, informa Coutinho.

De acordo com o diretor da BRANDT, problemas de logística dentro da China também impactaram negativamente as exportações. “Mesmo diante das dificuldades, os produtores trabalham para colocam a fruta no mercado interno, especialmente nas regiões de maior consumo, como o Sudeste”.

O Nordeste produz 90% do melão brasileiro. O Rio Grande do Norte lidera, com 338.615 t, seguido pelo Ceará, com 85.219 t. A fruta enfrenta adversidades frequentes. Nas propriedades, as doenças e pragas representam as maiores dificuldades. A doença cancro-das-hastes e a praga mosca branca são as principais inimigas. Externamente, problemas de logística e baixo consumo do continente europeu, pressionam a cultura do melão.

“Para o controle destas pragas e doenças, os produtores contam com defensivos agrícolas, cujos preços também estão afetados pela alta do dólar”, diz Antonio Coutinho.

O meloeiro é uma planta de ciclo curto (65-75 dias) e a cultura é de rápido retorno de capital. O consumo per capita no Brasil é de 56 kg/ano, enquanto nos países de Primeiro Mundo aproxima-se de 120 kg/ano, segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA). “Provavelmente, o baixo consumo no país está relacionado à renda, mas também trata-se de uma questão de hábito, pois algumas frutas importadas e caras encontram o seu espaço no mercado nacional”, assinala o diretor da BRANDT.

Um dos maiores desafios dos fruticultores é a redução dos custos de produção, que variam de R$ 19 mil a R$ 21 mil por hectare. Para Coutinho, a solução para amortecer os elevados custos é o aumento de produtividade e da qualidade de frutas, aumentando o índice de frutos aprovados para exportação. “Não basta produzir em quantidade. Também é preciso reduzir o percentual de frutos descartados para o mercado internacional, que paga mais”.

A BRANDT oferece a linha de produtos com a tecnologia Manni-plex, que conta com substâncias transportadoras de nutrientes, para contribuir para o melhor desenvolvimento das plantas e consequente aumento da produtividade e qualidade dos melões. A empresa também acumula conhecimento de outros países, os quais podem ser adaptados à realidade brasileira, ajudando os fruticultores a produzir amis e melhor.

“Nosso planejamento inclui a contratação de agrônomos para atuar nos polos produtores de melão no Rio Grande do Norte e Ceará, bem como a ampliação da rede de distribuidores dos nossos produtos. A BRANDT é parceria da fruticultura nacional e quer contribuir para a melhoria dos resultados da cultura do melão no país”, informa Antonio Coutinho.

 

Por Irvin Dias

FNDE transfere a estados e municípios R$ 72,8 milhões para o transporte escolar

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O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) transferiu a estados e municípios quase  R$ 73 milhões para apoiar o transporte escolar de alunos que moram em áreas rurais. Segundo  o órgão ligado que é ligado ao Ministério da Educação,  devido ao fato das escolas estarem fechadas por conta  pandemia da Covid-19, os entes federativos vão utilizar esses recursos da quinta parcela de 2020 do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE) para a manutenção dos veículos.

De acordo com o FNDE, apenas neste ano foram repassados R$ 340 milhões para o transporte de alunos da educação básica. O montante transferido para cada ente federativo pode ser conferido no Portal Eletrônico do FNDE. O PNATE tem como  finalidade apoiar o acesso e a permanência dos alunos da educação básica pública que residem em áreas rurais. 

Brasil61/Foto: Divulgação

Presidente do TSE diz que adiamento das eleições é de responsabilidade do Congresso Nacional

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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, disse que cabe ao Poder Legislativo estabelecer um possível adiamento das eleições municipais deste ano. O magistrado alegou que, segundo a Constituição, qualquer mudança de data depende obrigatoriamente de aprovação de uma emenda constitucional pelo Congresso Nacional. 

O presidente da Corte deu essa declaração em um debate virtual com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, que também contou com a presença de médicos infectologistas, cientistas e líderes partidários.

O adiamento da eleições deste ano está em discussão e é defendida por muitos especialistas de saúde que alertam sobre a imprevisibilidade do novo coronavírus. O maior desafio neste momento é assegurar a saúde dos brasileiros e, ao mesmo tempo, promover os dois turnos eleitorais e dar a posse para os eleitos em janeiro de 2021. 

Brasil61

Polícia Federal deflagra 71ª fase da Operação Lava Jato

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Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (18) a Operação Sem Limites II – 71ª fase da Operação Lava Jato que mira área de Trading – compra e venda de petróleo, óleos combustíveis e derivados – de empresa estatal do ramo da exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo e derivados.

Cerca de 40 policiais federais cumprem 14 ordens judiciais, sendo 12 mandados de busca e apreensão e 2 ofícios para obtenção de dados telemáticos. Também foram expedidas ordens para bloqueio de valores até o limite dos prejuízos identificados até o momento – cerca de R$ 17 milhões.

As ordens judiciais foram expedidas pela 13ª Vara Federal da Justiça Federal em Curitiba/PR, e os mandados estão sendo cumpridos, todos, no Estado do Rio de Janeiro.

Após análise de materiais apreendidos na 57ª Fase, Operação Sem Limites – deflagrada em dezembro de 2018 , e do resultado de pedidos de cooperação jurídica internacional, formulados pela Polícia Federal, foram identificados novos indivíduos que auxiliavam e integravam a organização criminosa, estruturada no sentido de lesar a empresa mencionada, especialmente em sua área de trading, onde são realizados negócios de compra e venda de petróleo, óleos combustíveis e derivados, dentre outros, junto a empresas estrangeiras e que são destinadas às atividades comerciais da estatal.

As investigações puderam identificar vários doleiros que atuavam, até 2018, no mercado paralelo de câmbio e auxiliavam na remessa de valores de propinas que eram pagos pelos intermediários, no exterior, para agentes públicos no Brasil.

A PF conseguiu identificar titulares de contas no exterior em nome de empresas offshores, e por meio delas, profissionais do mercado paralelo de câmbio realizavam transferências bancárias internacionais para a realização de “dólar-cabo”.

A suspeita é de que parte dos valores de propina tinham como objetivo o pagamento de intermediários políticos para a manutenção de certos empregados públicos em funções gerenciais estratégicas da empresa, como a de Gerência Executiva de Marketing e Comercialização, onde se realizavam as operações de trading.

Entre outros, os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, crimes financeiros e de lavagem de dinheiro.

Fonte:Politica Livre/Foto: Agência Brasil

Fabrício Queiroz é preso em Atibaia

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Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador e filho do presidente Jair Bolsonaro Flavio Bolsonaro (PSL-RJ), foi preso pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (18/6). Segundo a Rede Globo, o policial militar aposentado estava num sítio em Atibaia (SP) de propriedade de um advogado do senador e deve ser levado para o Rio de Janeiro ainda nesta quinta.

O Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope) da Polícia Civil de São Paulo apoia agentes do Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público de São Paulo no cumprimento do mandados de prisão e de busca e apreensão em Atibaia.

A Operação Anjo cumpre ainda outras medidas cautelares autorizadas pela Justiça relacionadas ao inquérito. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), a Justiça também decretou medidas cautelares — que incluem busca apreensão, afastamento da função pública, o comparecimento mensal em Juízo e a proibição de contato com testemunhas — contra outros suspeitos de participação no esquema. São eles:

  • Servidor da Alerj Matheus Azeredo Coutinho;
  • Ex-funcionários da casa legislativa Luiza Paes Souza:
  • Alessandra Esteve Marins,ligada ao gabinete do senador Flávio Bolsonaro;
  • Advogado Luis Gustavo Botto Maia.

O caso Queiroz

A prisão de Queiroz, expedida pela Justiça do Rio, faz parte da investigação da polícia carioca sobre um esquema de "rachadinha" — quando funcionários são coagidos a devolver parte do salário — na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O filho de Bolsonaro foi deputado estadual de fevereiro de 2003 a janeiro de 2019.

Segundo o processo, o antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) aponta que Queiroz teria movimentado R$ 1,2 milhão de forma atípica em sua conta. Em abril de 2019, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra do sigilo fiscal e bancário de Queiroz, do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e de outras 84 pessoas e nove empresas entre 2007 e 2018.

Correio BrazilienseFoto: Divulgação

Prorrogação de MP 936/20 pode salvar mais de 400 mil empregos no Turismo

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Aprovada nesta terça-feira (16) pelo plenário do Senado Federal, a medida provisória 936/20, está entre as execuções emergenciais do Governo Federal que podem contribuir para a preservação de mais de 400 mil empregos no setor do Turismo. O segmento foi um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Os dados constam no levantamento "Impacto econômico da Covid-19: propostas para o turismo brasileiro", elaborado pela FGV.

Na avaliação do gerente de projetos da FGV Projetos, André Coelho, sem o alongamento de prazos de vigência de medidas como essas mais de 1,1 milhão de postos de trabalho no setor podem ser perdidos. Segundo ele, esses apoios são essenciais para que empregadores consigam manter seus funcionários, além de acelerar o processo de empregar novamente os que já foram despedidos por causa da pandemia.  

“São medidas como essa que fazem com que consigamos segurar os empregos e com que os empresários tenham alguma possibilidade de se preparar para o processo de retomada. Principalmente para o Turismo, será significativamente lento esse processo de volta à normalidade. Tanto, que nós estimamos que ele só deve retomar na alta temporada, ou seja, no final de 2020”, afirma Coelho.

“A dispensa desses funcionários não é nociva apenas para a economia, porque são pessoas que ficam desempregadas, mas também é ruim para o processo das empresas de turismo, pois na readmissão de novos trabalhadores, eles vão passar por todo o custo de treinamento novamente”, acrescenta.

Desde meados de março de 2020, quando a pandemia começou a apresentar seus primeiros impactos no País, o turismo brasileiro parou. Para André Coelho, esse quadro é preocupante, tendo em vista que, em uma visão macro, o setor é um dos que mais ajuda a movimentar a economia do Brasil.

“O Turismo representa, diretamente, quase 4% do PIB do Brasil, podendo chegar, se pensarmos nos impactos indiretos, a 8%. É um setor que emprega pessoas nas diversas qualidades de formação e não é só concentrado na mesma área. Existem pontos de maior movimento no Brasil de turistas, mas ele está espalhado em todas as regiões no País”, aponta o gerente.

Com base em análises nos mais variados campos, como sanitário, político, social e econômico, a FGV Projetos estima que o período de interrupção das atividades será de cinco meses. As projeções consideram que o turismo doméstico poderá recuperar a produção em 12 meses, mas o internacional precisará de, pelo menos, 24 meses para voltar ao nível de 2019.

MP 936/2020

O plenário do Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (16), a Medida Provisória 936/2020, que promove alterações temporárias na legislação trabalhista para socorrer as empresas e preservar empregos. Por 75 votos a zero, os parlamentares decidiram enviar para sanção presidencial o texto que permite, por exemplo, a redução de salários e da jornada de trabalho ou a suspensão do contrato enquanto durar o estado de calamidade pública.

Segundo o relator da matéria, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), a MP que institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda pode preservar até 20 milhões de empregos até o fim do ano. Até o momento, o parlamentar calcula que 10 milhões de brasileiros deixaram de ser demitidos.

“A MP 936/20 traz muitos benefícios. Desde a sua edição, em abril, mais de 10 milhões de postos de trabalho e empresas foram salvos. Eu tenho certeza que, se hoje são 10 milhões de empregos garantidos, até o final do ano podemos chegar até a 20 milhões de trabalhadores beneficiados”, projeta o senador.

Em relação ao período de redução parcial da jornada e do salário ou de suspensão do contrato de trabalho, o funcionário vai contar com um tipo de estabilidade temporária. Essa proteção vai durar pelo mesmo tempo do afastamento ou da redução de jornada depois de seu término. Em outras palavras, se o afastamento ou redução for por 60 dias, a garantia continua por mais 60 após esse período.

 

Brasil61/Foto: Divulgação

TCU quer saber quantos militares ocupam cargos civis no governo

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O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU) pediu ao governo que informe quanto militares estão ocupando cargos de civis no governo federal. E cobra uma comparação em relação aos últimos três anos.

Na visão do ministro, tudo indica que há um excesso de militares no governo. Somente no Ministério da Saúde foram nomeados quase 30 militares no último mês. Estima-se que, no total, quase 3 mil fardados ocupem funções de civis, o que não se viu nem em períodos da ditadura militar.

“Recentemente, são constantes as alusões a uma possível militarização excessiva do serviço público civil. Trata-se de questão relevante, que tem levantado preocupação de setores importantes dos estudiosos da Administração Pública e também da sociedade”, diz Dantas em documento ao qual o Blog teve acesso.

Para ele, tal preocupação se alinha também à recente declaração proferida pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Barroso chamou a atenção para os riscos da militarização dos setores civis do governo.

Segundo Dantas, em processo julgado recentemente pelo TCU, “essa questão também foi tangenciada, pois havia uma tentativa inicial do governo de direcionar toda a contratação temporária para militares inativos, o que acabou se revertendo diante da atuação célere desta Corte, provocada pelo Ministério Público de Contas”.

“Destaco, ainda, que, na data de ontem, o site de notícias Poder 360 veiculou nota acerca dessa questão, mencionando que, atualmente, existem quase 3 mil integrantes das forças armadas cedidos aos três poderes, dos quais mais de 92,6% estão no Executivo e 7,2%, no Judiciário”.

Nesse contexto, o ministro do TCU considera importante que a sociedade saiba exatamente quantos militares, ativos e inativos, ocupam atualmente cargos civis, dados os riscos de desvirtuamento das forças armadas que isso pode representar, considerando seu papel institucional e as diferenças entre os regimes militar e civil.

“Por essa razão, proponho a este Plenário que se determine à Segecex a realização de levantamento para verificar o atual quadro de militares, ativos e na reserva, que estariam compondo os cargos civis do governo neste momento, e apresentar comparativo com os últimos três anos, a fim de avaliarmos a situação e divulgarmos esses dados à sociedade”, frisa.

 

Vicente Nunes/Foto: Divulgação

Advogado deixa caso de Sara Winter e diz que não conseguiu traçar sua estratégia de defesa

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O advogado criminalista Claudio Gastão da Rosa Filho decidiu deixar a defesa de Sara Winter, líder do grupo armado de extrema-direita 300, que foi presa em operação da Polícia Federal relacionada a inquérito sobre atos antidemocráticos.

Ele vinha trabalhando com Bertoni Barbosa de Oliveira e Renata Tavares, que seguem na defesa de Sara. Gastão, de Santa Catarina, vinha fazendo a parte escrita da defesa, os outros dois tratam mais da parte operacional em Brasília.

Em nota, Gastão diz que o principal motivo de sua saída é “a atuação simultânea de vários advogados”, que não permitiu que traçasse sua “estratégia de defesa”.

Gastão vinha se queixando de que diversos advogados estavam entrando com pedido de habeas corpus para Sara, por exemplo, e que isso estava dificultando seu trabalho, já que tinha que peticionar para que fossem arquivados sem julgamento. “Habeas corpus horrorosos”, disse, à ocasião.

Sara chegou a assinar uma declaração confirmando que o catarinense era oficialmente seu representante, mas a tática não surtiu efeito e Gastão optou por deixar sua defesa.

Nas redes sociais, a contratação de Gastão vinha sendo motivo de especulação daqueles que perguntavam quem estava arcando com os honorários de um advogado conhecido e, possivelmente, custoso. Ao Painel, o advogado diz que é uma questão ele trata exclusivamente com seus clientes.

Em sua nota, Gastão diz também que confia “na inocência de Sara e lamenta “a irreparável injustiça decorrente de sua arbitrária prisão”.

Folhapress