Petrolina-PE e Juazeiro-BA não estão conseguindo “achatar” a curva do coronavírus. Mesmo assim, as duas cidades iniciaram um plano de flexibilização da quarentena que causa uma redução do isolamento social.
Pesquisadores da Facape, estão fazendo uma análise científica diária da evolução da Covid-19, que começou em 25 de março, buscando entender a pandemia no mundo, no Brasil, no Nordeste e, mais especificamente, em Petrolina e Juazeiro.
O estudo ajuda a compreender os efeitos, por exemplo, da reabertura do comércio. São dados importantes que podem auxiliar na tomada de decisões, na definição de ações e políticas públicas que contribuam para reduzir o número de pessoas infectadas e de mortes, assim como os efeitos econômicos e sociais derivados pela pandemia, nos dois municípios.
As informações são preparadas pelo Colegiado de Economia da Facape, em um trabalho dos pesquisadores João Ricardo Lima, Maria do Socorro Coelho Macedo e Caliane Borges Ferreira e visam mostrar como o número de casos confirmados e mortes por COVID- 19 têm crescido no Vale do São Francisco com base nos dados divulgados diariamente pelas secretarias de saúde de Petrolina e Juazeiro.
O professor doutor João Ricardo Lima, que coordena o trabalho, avalia pela pesquisa, que a curva de casos na região ainda tem crescido de forma acelerada apesar de velocidade ter sido reduzida a cada dia no período da quarentena. “Atualmente a taxa de crescimento do número de casos calculada para Petrolina-PE é pouco menor do que a taxa nacional pós-quarentena. Em Juazeiro, por outro lado, é maior. Quanto mais testes são realizados, mais novos casos aparecem. Durante muito tempo Petrolina, testou mais do que Juazeiro, e isto fazia com que tivesse mais casos. Mais recentemente a cidade de Juazeiro, aumentou a quantidade de testes rápidos e isto fez as estatísticas crescerem mais rapidamente nos últimos dias.” Explica o pesquisador.
O plano de retomada da economia também pode interferir na curva de casos da região, já que reduz o isolamento social. Com mais pessoas circulando cresce a probabilidade de uma pessoa infectada passar o vírus para outras. Desde o dia 17 de junho, que a pesquisa da Facape analisa o efeito da reabertura e detectou a inversão da velocidade com que os novos casos surgiam. Esta velocidade tem crescido desde então.
Outras informações da pesquisa têm que o “achatamento da curva” acontece de forma muito lenta e que o índice de isolamento se mantém em torno de 40% nos finais de semana e 35% durante a semana. Outra preocupação registrada é a quantidade de leitos de UTI disponíveis está abaixo do recomendado pela OMS. “O prudente seria intensificar a quarentena com medidas mais restritivas para aumentar o percentual de isolamento para taxas superiores a 60%, que é o recomendado. Se isto não for feito agora, em um futuro breve será necessário pensar até em um lockdown, ou seja, o isolamento obrigatório que já foi feito em outros locais do país.” Complementa João Ricardo.
A pesquisa de acompanhamento da evolução da Covid-19 em Petrolina/PE e Juazeiro/BA é atualizada diariamente e está disponível no portal facape.br.
Assessoria de Comunicação da Facape