O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB) foi à mesa com o chefe do Executivo estadual, Paulo Câmara (PSB), em duas ocasiões diferentes, para tratar de temas também diversos. Informações de bastidores dizem que foi o próprio senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) quem telefonou para o governador e agendou visita de Miguel Coelho ao Palácio do Campo das Princesas.
“Esses encontros seriam naturais“, dizem os próprios socialistas, não fosse o fato de os Coelho serem apontados como os maiores adversários do PSB no Estado. Apesar disso, socialistas e Miguel andam com discurso alinhado em um sentido: ambos definem as pautas comuns como estritamente administrativas. O detalhe é que, na prática, não há em curso uma construção política, mas uma fonte governista que acompanha as movimentações palacianas.
A colunista da Folha de Pernambuco, Renata Bezerra de Melo, considera que há uma possibilidade de uma recomposição do grupo dos Coelho, liderado por FBC, com a Frente Popular. “Isso está descartado? Acho que não, até porque matava a eleição“, escreveu.
Em outras palavras, se os Coelho, tidos como maiores opositores, dessem um passo maior na direção de uma recomposição, visando às eleições 2022, a oposição amargaria esse desfalque e o jogo para o PSB poderia se tornar menos duro. A referida conta leva em consideração a possibilidade de Fernando concorrer à reeleição para o Senado, eventualmente, em chapa encabeçada pelo PSB.
A tese também ganha algum eco na direção nacional do MDB, onde se avalia que, em reduto lulista, no Nordeste, armar um palanque bolsonarista pode se configurar em projeto arriscado, a despeito de Miguel Coelho ter apresentado disposição para isso. Ter FBC numa vaga do Senado na chapa seria ainda uma variável para garantir a permanência do MDB na Frente popular.
Em paralelo, o partido trataria da chapa proporcional para reconduzir o deputado federal Raul Henry à Câmara Federal. O cálculo, então, não é descartado nem no PSB, nem no MDB. Há bolsa de apostas dando conta de que o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, não faria objeção.
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