Réveillon: Luiz Caldas critica ACM Neto por dizer que artistas baianos estão com 'inveja'

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Considerado o pai da Axé Music, o cantor, compositor Luiz Caldas rebateu o comentário do prefeito ACM Neto (DEM) de que os artistas baianos estão reclamando por "dor de cotovelo" e "inveja" por não terem sido escolhidos para o Festival Virada Salvador. Apesar de nunca ter participado de nenhuma das oito edições deste evento criado pelo político para marcar a virada de ano, o multi-instrumentista não aprovou a postura do gestor diante da situação. 

Como o evento este ano será diferente, apenas Ivete Sangalo e Gusttavo Lima foram selecionados. Porém, pelo que se observa nos bastidores da cena local, em um ano em que o entretenimento foi parado por conta dos efeitos da pandemia, artistas locais estão sem conseguir fonte de renda, ao contrário do sertanejo, que foi um dos que mais faturou com lives musicais em 2020.

"Só é respeitado quem respeita! O artista baiano tem talento de sobra pra não sentir inveja de nenhum outro, a Bahia já lhe deu régua e compasso, suas palavras atacando os músicos da terra me entristece profundamente. A nossa terra é especial por causa de todos. Todos", escreveu na legenda da publicação o músico.

Já no vídeo, o veterano seguiu desabafando, exibindo alguns dos seus prêmios que ganhou ao longo da carreira. "Aqui conta a história da minha contribuição para a música baiana e me deparar com o senhor falando que nós, artistas baianos, somos 'invejosos' e estamos 'com dor de cotovelo' é inadmissível", confessou.

"Acredito que os artistas respeitam o senhor e o senhor deveria também respeitar os artistas. Não estou falando de política, de nada. Estou falando só da forma que se tratar uma classe, que merece respeito. Eu não tenho inveja de ninguém. Deus me deu o dom e o talento para cuidar de minha carreira e de minha vida", finalizou.

O caso teve início durante uma coletiva de imprensa, realizada nesta terça-feira (1), em que o gestor municipal se pronunciou - ao ser questionado - a respeito das críticas da classe artística. No momento, ainda reforçou que o valor pago - estimado em R$ 1,5 milhão para cada - será bancado pelos patrocionadores do evento, que será transmitido pela Globo, Band e Multishow e acontece no dia 31 de dezembro, no Forte São Marcelo (veja aqui).

"Gusttavo e Ivete são hoje os dois maiores artistas do Brasil. Os cachês dos artistas estão sendo pago 100% pela iniciativa privada. 'Gusttavo Lima custa R$ 1 milhão?'. Esse é o preço dele. 'Ivete custa R$ 1 milhão?' É o preço de mercado. O resto é dor de cotovelo, o resto é inveja. O resto são pessoas que pensam pequenos e torcem contra a cidade. Vamos ter o maior evento do Brasil, que vai ser acompanhado pelo mundo inteiro. Façam a conta", pediu.

O gestor reforçou que a festa será uma vitrine para a Capital diante do cancelamento das principais festas do verão por conta da pandemia. "Estamos falando de uma perspectiva para Salvador que não terá Carnaval, Lavagem do Bonfim, entre outras festas... é algo extraordinário. Me orgulho muito de estar promovendo o maior Réveillon da minha cidade e gastando zero com o cachê deles", finalizou.

BN/Montagem: Bahia Notícias


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