Centenário do sambista baiano Riachão é celebrado com lançamento de álbum 'Humanenochum'

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O sambista baiano Riachão, autor de mais de 400 composições, completaria 100 anos neste domingo (14). E, para celebrar a data, os produtores J. Velloso e Paquito produziram o disco "Humanenochum", que foi lançado nas plataformas digitais neste domingo.

Ao lado de Riachão, cantam Caetano Veloso (em Vá Morar com o Diabo), Tom Zé (Cada Macaco no Seu Galho), Dona Ivone Lara (Até Amanhã), Roque Ferreira (Quem É o Dono Dessa Mulher?), Carlinhos Brown (Pitada de Tabaco) e Armandinho (Choro Número 1). O álbum foi distribuído pela gravadora Velas e conta com 19 canções.

Também neste domingo, missa, cortejo e roda de samba nos bairros do Garcia e Pelourinho também marcaram o centenário do sambista em Salvador.

Clementino Rodrigues, o Riachão

Nascido no bairro do Garcia, na capital baiana, em 14 de novembro de 1921, Clementino Rodrigues era o caçula de uma família de 16 filhos. Ainda na infância assumiu uma nova identidade, que levaria pelo resto da vida. Aos nove anos, o filho da lavadeira e do carroceiro já fazia som batucando nas latas que usava para buscar água.

Riachão, que se tornou um dos mais importantes sambistas do país, compôs a primeira canção aos 12 anos. O que começou como improviso, o levou até um estúdio de gravação, no Rio de Janeiro, em plena era de ouro do rádio, nos anos 1950.

Um dos seus maiores sucessos "Cada Macaco no seu Galho", nasceu de um golpe que levou quando tentou montar um negócio no Garcia. A canção, que é uma das mais famosas do músico, foi lançada em 1972 nas vozes de Caetano Veloso e Gilberto Gil.

Além disso, Riachão é compositor de sambas como "Vá morar com o diabo", apresentado em disco em 2000, em dueto dele com Caetano, mas popularizado no ano seguinte com a gravação feita pela cantora Cássia Eller (1962 – 2001) para o álbum e DVD ao vivo da série Acústico MTV.

Lenço no pescoço, anéis, chapéu de feltro, um lenço no bolso e a inseparável toalhinha: Riachão é uma figura marcante no imaginário de Salvador.

A partir de Riachão, vieram tantos outros sambistas, alguns dos quais seriam seus parceiros de verso, como Batatinha e Panela. Outro artista consagrado que gravou Riachão foi Jackson do Pandeiro. O sambista baiano gravou o primeiro CD aos 80 anos.

Riachão morreu no dia 30 de março de 2020, de causas naturais.

Fonte:  g1 BA/Foto: Divulgação


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