O vigilante Aurelito Santiago Borges, preso nesta terça-feira (22) em Sento Sé (BA) sete anos depois de abandonar o próprio júri, estava sendo monitorado há três meses na Bahia pela Polícia Civil, afirma o delegado Cezar Augusto de França, da Delegacia de Homicídios de Ribeirão Preto (SP).
“A Policia Civil recebeu informação de fonte segura de que o Aurelito estaria vivendo tranquilamente em uma cidade da Bahia. Trabalhamos essa informação. Ela era verídica. Então, todo o conteúdo foi repassado à Polícia Civil daquele estado”, disse.
Santiago está no Conjunto Penal de Juazeiro (BA) e deve ser transferido para Ribeirão Preto na próxima semana. Ele foi condenado a 21 anos e quatro meses de prisão pela morte de um estudante a tiros em 2008. No entanto, fugiu do julgamento minutos antes de a juíza proferir a sentença final do caso, em 2014.
A defesa do réu não foi localizada pela EPTV, afiliada da Rede Globo.
Cidade natal
Sento Sé é a cidade natal de Aurelito Santiago Borges. Segundo o delegado, o homem foi pego no local onde trabalhava vendendo pão, próximo a uma padaria. Ele foi abordado, identificado e não reagiu, de acordo com França.
“Ele estava seguindo a vida normal e não estava com aparência com a foto que remetemos a ele, estava mais velho. Ele vivia naturalmente”, conta.
Segundo a 17 ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), policiais fizeram campana para prender o réu.
Após a prisão, Aurelito Borges Santiago passou por exames de lesões corporais e foi encaminhado à prisão.
Condenação e fuga
Em janeiro de 2008, Aurelito Borges Santiago se apresentou à polícia e confessou ter atirado nas costas do estudante Rodrigo Bonilha no cruzamento das avenidas Portugal e Nove de Julho, em Ribeirão Preto.
Bonilha estava com quatro amigos em uma lanchonete. Ao deixar o local, passou em frente a um salão de festas onde o réu trabalhava e foi baleado.
Borges Santiago respondia em liberdade e no dia do julgamento, em março de 2014, fugiu do tribunal e do fórum de Ribeirão Preto após oito horas de julgamento antes de ser dado o veredicto, que o condenou a 21 anos e quatro meses de prisão por homicídio.
Ele deixou o local e não foi encontrado em nenhuma dependência do fórum em um intervalo de meia hora estabelecido pelo tribunal.
A juíza Isabel Cristina Alonso Bezerra dos Santos, responsável por dar o veredicto, ainda deu 15 minutos para aguardar a volta de Santiago à sala do júri, mas proferiu a sentença mesmo sem a presença do réu.
Na época, em uma carta à imprensa, a magistrada declarou que não houve falha na segurança no julgamento do vigilante. Ainda segundo escreveu a juíza na carta, Santiago só poderia ser preso após a sentença, por isso foi considerado foragido.
Santiago era procurado pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, que chegou a oferecer recompensa de R$ 2,5 mil por pistas que ajudassem a encontrá-lo.
Fonte: G1 Ribeirão Preto Foto: Divulgação