Uma reunião realizada nesta quinta-feira (24), em Dias D'ávila, formalizou a parceria entre o Governo do Estado, através da Bahiafarma, e o laboratório ucraniano Indar para a construção da primeira fábrica de insulina do hemisfério sul, no município baiano. A lei que institui a Companhia Baiana de Insulina (Bahiainsulina) foi sancionada pelo governador Rui Costa, no último mês de agosto. Na quarta-feira (23), o governador e a presidente da Indar, Liubov Vishnevska, se reuniram na Governadoria para discutir a parceria.
“Todo o ciclo fabril será realizado aqui no município, o que envolve a fabricação do insumo farmacêutico ativo da insulina e o envase. É um projeto de três a quatro anos, e pretendemos iniciar a parte de implementação fabril já no início de 2021”, explica o diretor-presidente da Bahiafarma, Tiago Moraes.
A Bahiafarma é detentora da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) de insulina humana e tem como desafio tecnológico nacionalizar a produção deste insumo essencial. Essa PDP garante que o Ministério da Saúde adquira da Bahiafarma 50% da demanda nacional do SUS.
Além dos impactos positivos na área de saúde, a construção da fábrica representa a geração de até 400 empregos diretos e mil indiretos no município. “A fábrica será construída em Dias D’Ávila e gerará emprego para quase 400 pessoas. Este projeto é muito importante para o desenvolvimento de biotecnologia no Brasil e abastecimento da população brasileira pela insulina. Além disso, a fábrica ainda exportará o produto para outros países da América Latina”, pontua Liubov Vishnevska, presidente da Indar.
De acordo com o secretário da Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas, a concretização do projeto tornará o Brasil um país independente da importação de insulina. “A produção de insulina é uma questão de interesse nacional, porque nós não podemos depender de outros países. É fundamental que o Brasil dê o próximo passo na tecnologia farmacêutica, passando a produzir aqui, com tecnologia transferida, produtos com base biológica, como é o caso da insulina”, afirma o secretário.
Indústria nacional
No cenário mundial, três empresas detêm cerca de 80% do mercado, o que é um risco para quem é insulinodependente, tendo em vista as práticas de dumping para eliminar a concorrência, tabelamento internacional e, sempre que possível, elevação de preço da insulina.
Secom