Um novo incêndio atinge a vegetação de serra que cerca a cidade de Palmeira do Piauí, no Sul do Piauí. Segundo moradores, o fogo começou a cerca de três dias e se aproxima das duas cidades.
A Secretaria de Meio Ambiente de Palmeira do Piauí informou que o Corpo de Bombeiros foi acionado, mas não foi possível começar o combate ao fogo com antecedência, porque os focos começaram em regiões de difícil acesso. A Prefeitura da cidade mobilizou uma equipe de brigadistas e carros pipa para combater o fogo.
Vídeos feitos por moradores mostram o fogo queimando a vegetação das serras que cercam a cidade de Palmeira do Piauí. O fogo se tornou visível da zona urbana da cidade ontem domingo (12).
O biólogo Ênio Saraiva, morador de Palmeira do Piauí, informou que há dias a população sofre com a fumaça que cobre a cidade e tem que lidar com as cinzas que são trazidas pelo vento.
“Muita fumaça e muitas cinzas, mesmo quando a gente ainda não conseguia ver o fogo. Já estamos sofrendo com isso há dias”, disse Ênio.
O biólogo explicou que a região atingida pelo fogo é um ecótono: uma região de encontro entre biomas diferentes, no caso o cerrado e a caatinga. Por isso, a vegetação e fauna do local têm características próprias, não encontradas em nenhum dos dois biomas.
“São áreas extremamente importantes para a preservação da biodiversidade. Muitas espécies que só existem nessas regiões de transição, e o fogo pode causar até a perda de espécies que nem foram ainda descobertas. Nossa região não tem muita pesquisa sobre levantamento de espécies. As perdas são irreparáveis”, disse o biólogo.
Ontem, domingo 12, em São Raimundo Nonato, o secretário de Meio Ambiente, André Landim, disse que um avião próprio para o combate a incêndios foi usado na região do assentamento Alpercata, na zona rural de São Raimundo Nonato.
Segundo Instituto nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) foi registrado 340 focos de incêndio no Piauí, o maior número de focos em 2021.
G1 Pi Foto: Reprodução/TV Bahia