O assentado baiano José Domingos dos Santos, 51 anos, sabe bem a importância de ter uma casa para morar. Por mais de uma década, residiu em barracos. Mas sua vida mudou ao realizar o sonho da casa própria, graças ao Crédito Instalação do Incra na modalidade Habitacional, no valor total de R$ 34 mil por família, dividido em duas parcelas.
Santos é um dos 939 beneficiários de 46 assentamentos baianos contemplados com essa linha de crédito. Só no município de Tucano são 71 famílias com suas moradias em construção nas áreas de reforma agrária Atracaju, Bela Vista III e Terra para Todos.
Entre o pagamento da primeira parcela a 913 famílias e a liberação da segunda, para 331 beneficiários, o Incra já aplicou na Bahia R$ 21,1 milhões para a construção de moradias, entre o fim de 2020 até o outubro de 2021.
No assentamento Atracaju, situado no município de Tucano, no território de identidade do Sisal, onde vive “Domingos”, como Santos é conhecido na comunidade, 25 famílias receberam essa modalidade Habitacional do Crédito Instalação. O investimento do Incra só nessa área de reforma agrária é de R$ 850 mil. As novas moradias estão em diversas etapas de construção.
Realização
A casa de Domingos é uma das que estão finalizadas. Dentro dela, cabe a realização de uma vida. “Durmo e acordo com um conforto que antigamente era só um sonho. Esse é o meu palácio”, ressalta. Não é para menos que a pintura externa de sua nova moradia é amarelo-ouro.
Por dentro, ela é toda em piso de cerâmica clara com semibrilho, as paredes pintadas de branco-neve, com porta internas de madeira e envernizadas. A construção possui boa profundidade; a cozinha é espaçosa e a área de serviço comporta uma pia com duas cubas e tomadas para um futuro tanquinho.
“Planejei cada pedaço desse teto”, conta Domingos, que é separado, mas é pai de um garoto de 15 anos. Ele faz questão de ressaltar que cumpre a sua obrigação paterna de pagar a pensão alimentícia do filho. No lote, Domingos cultiva feijão, milho e macaxeira (aipim) e cria algumas cabeças de bovinos.
Barracos
Como conta Domingos, são 15 anos esperando a casa própria. “Primeiro foi o sonho da terra e depois da casa”, explica. Após deixar a casa da mãe, o assentado foi morar num barraco de lona branca e azul. Nesse, foram quatro anos.
Depois, seguiram por mais nove anos vivendo em outros barracos, até se mudar para um quarto de cinco metros por três de largura. “Morar no barraco é um sofrimento. Quando chove, molha tudo. Quando é sol, o calor é insuportável. E as trovoadas dão medo por causa da queda de raios”, recorda.
Próximos passos
Os planos de Domingos seguem. “Agora quero desenvolver um projeto para irrigar os lotes das famílias”, projeta. O assentamento Atracaju está inserido no Semiárido, onde as chuvas são menos frequentes. “Também quero conseguir um trator para comunidade, o que vai facilitar o nosso trabalho em campo”, acrescenta.
Legenda: José Domingos Santos tem a sua primeira casa própria graças ao Crédito Instalação do Incra na modalidade Habitacional
Assessoria de Comunicação Social do Incra/BA/Foto: Divulgação