O equilíbrio não é uma virtude apenas aconselhável aos homens de toga. É obrigatória. Não é preciso ser ilustrado no mundo das leis para entender isto. Qualquer pessoa do povo compreende, intuitivamente, que o juiz é o fiel da balança. Deve ser neutro diante das partes, inspirar confiança e merecer o respeito de todos.
As partes apresentam suas razões e provas. O juiz deve decidir com independência e eximir-se do contágio da paixão coletiva.
Esta reflexão é oportuna neste momento da vida brasileira. O cidadão comum pode ser apaixonadamente contra ou a favor deste ou daquele líder politico. O magistrado, que assume a bandeira de um lado, mancha seu ofício.
Vitória, ES, 4 de outubro de 2021.
Joao Baptista Herkenhoff,
Juiz de Direito aposentado e escritor.