Debater alternativas para acabar com o problema dos canais de esgoto em Juazeiro. Esse foi o assunto principal de uma reunião que aconteceu nesta sexta-feira (29), entre o secretário de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano, Rubens Torres e o secretário de Obras e Desenvolvimento Urbano, Anderson Freire. O encontro teve como convidado o pesquisador italiano Matteo Nigro.
Durante a reunião, Matteo que é arquiteto, professor universitário e doutor em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), apresentou um resumo de sua tese de doutorado, uma pesquisa detalhada sobre os impactos do despejo de esgoto nos riachos do município. Esse estudo vai ajudar a prefeitura a traçar metas em busca de solucionar um dos maiores problemas da cidade, que são os canais de esgoto. “Tivemos a oportunidade de ouvir e usufruir toda a gama de conhecimentos do professor Matteo Nigro, que conhece com profundidade talvez o problema mais complexo de Juazeiro, que é o esgotamento sanitário que atualmente deságua dentro dos nossos riachos. É uma luta da prefeita Suzana Ramos começar um trabalho efetivo para acabar com esse problema. Sabemos que não é tão simples, mas vamos tratar essa matéria com bastante seriedade”, destacou Rubens Torres, titular da SEMAURB.
Problema e possíveis soluções
Juazeiro é cortada por nove canais, ou melhor, riachos que foram poluídos pelas ligações irregulares que despejam esgoto sem tratamento diretamente nesses mananciais. Atualmente, a cidade possui trinta quilômetros de esgoto a céu aberto.
De acordo com Matteo Nigro, cobrir os canais com concreto é uma ideia errada e que causa ainda mais problemas ambientais. Para o pesquisador, a solução mais adequada é a despoluição e revitalização dos riachos. “A primeira ação é retirar as ligações irregulares de esgotos dos riachos e, em seguida, construir o sistema de esgotamento sanitário e as estações elevatórias de esgoto, fazendo o encanamento da rede subterrânea onde o esgoto vai ser destinado para a estação de tratamento, para depois ir para o Rio São Francisco de forma já tratada e limpa. A segunda ação, após a retirada dos esgotos é pensar em construir parques urbanos lineares ao longo das margens dos córregos, dos riachos, que podem ser áreas verdes, áreas de lazer, com equipamentos de ginástica, de ciclovia, de pista de caminhada, de contemplação da natureza, de parquinhos infantis. Isso pode ser replicado até fora do perímetro urbano, onde há áreas ainda não construídas, não são consolidados”, explicou o pesquisador.
Trabalho conjunto
Para Anderson Freire, titular da Secretaria de Obras, uma força tarefa entre diversas secretarias do município deve ser criada para efetivar esse trabalho ambiental. “Essa reunião nos deu um norte para a gente poder trabalhar de forma mais precisa e incisiva os problemas ambientais que influenciam os canais e riachos que passam dentro de Juazeiro. Como existe um trabalho já apresentado em nível de doutorado, nós podemos trabalhar melhor essas informações e promover ações no intuito de resolver os problemas dos canais. Vamos ter que envolver outras secretarias, como o SAAE, SESP, além da SEMAURB e da SEDUR, para que a gente consiga o mais rápido possível efetivar essas ações”, disse Anderson Freire.
Ações educativas
Outra proposta levantada durante a reunião é uma ação de consciência ambiental. “Sem dúvida, a SEMAURB já está elaborando um plano de trabalho de educação ambiental, para chegar junto à população e mostrar que a sociedade e o poder público devem atuar em conjunto, para em médio e longo prazo começar efetivamente a resolver esse problema em Juazeiro”, finalizou Rubens Torres.
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Por Edísia Santos/Foto: Divulgação