A Assembleia Legislativa de Pernambuco aprovou, em primeira e segunda votações, o projeto de lei (PL) que declara o educador Paulo Freire patrono da educação pernambucana.
De acordo com publicação no Diário Oficial desta terça-feira (3), o projeto passa por redação final e, em seguida, deve ser encaminhado para sanção do poder Executivo.
De autoria do deputado Paulo Dutra (PSB), o PL aponta, na justificativa, que Freire foi homenageado com pelo menos 35 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da América e da Europa e também cita a lei nº 12.612/2012, que declara o educador como patrono da educação brasileira.
Nascido em 19 de setembro de 1921, no Recife, Paulo Reglus Neves Freire desenvolveu um método de alfabetização no início dos anos 1960 no Nordeste. Na época, na região, havia um grande número de trabalhadores rurais analfabetos e sem acesso à escola. Com o golpe militar de 1964, Paulo Freire foi preso e exilado, e seu trabalho interrompido.
O método Paulo Freire é dividido em três etapas. Na etapa de Investigação, aluno e professor buscam, no universo vocabular do aluno e da sociedade onde ele vive, as palavras e temas centrais de sua biografia. Na segunda etapa, de tematização, eles codificam e decodificam esses temas, buscando o seu significado social, tomando assim consciência do mundo vivido.
No final, há a etapa de problematização, em que aluno e professor buscam superar uma primeira visão mágica por uma visão crítica do mundo, partindo para a transformação do contexto vivido.
Preso em 1964 pela ditadura militar, exilou-se no Chile, onde escreveu sua obra mais conhecida: Pedagogia do Oprimido. Em 2016, essa foi a única obra brasileira a aparecer na lista dos 100 títulos mais pedidos pelas universidades de língua inglesa consideradas pelo projeto Open Syllabus. O educador faleceu em 1997.
Foto: Arquivo