Na live em que divulgou seu novo lançamento, “Ladrões”, uma homenagem aos políticos corruptos que classifica de as pessoas mais famosas do Brasil, o cantor e compositor Marcelo Falcão fez um duro discurso contra o desvio de recursos públicos destinados ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus no país e concluiu questionando como um representante da classe, encontrado com uma mala de R$ 57 milhões, ainda foi para o regime de prisão domiciliar.
“Como é que o cara da mala de 57 milhões vai pra domiciliar? Me explique essa parada do nosso Brasil”, diz o músico para em seguida começar a execução de “Ladrões”. Antes, o artista desce o malho nos “vermes” que se aproveitam da pandemia para roubar o povo. “Como é que pode um verme num momento de pandemia se aproveitar da saúde e superfaturar aparelhos respiratórios e equipamentos médicos?”, pergunta.
Falcão também recomenda aos fãs assistirem ao documentário (O rap do pequeno príncipe contra as almas sebosas, produzido em Recife, para entender o quanto os ladrões são desprezíveis. “Como é que um ser desse tá na terra? Vejam o filme do Recife chamado Alma Sebosa. Aquelas almas que não servem atrapalham as almas que querem fazer acontecer… elas atrapalham, então elas não servem”, afirma completando:
“No mundo que seria o certo, que ninguém quer só o certo, o perfeito, mas a gente não quer que desvie R$ 37 milhões, fora o resto, quase um bi para saúde e é desviado esse dinheiro, que vergonha! Então eu tenho uma música para você que tá preso com regalia e desviou essa quantidade de dinheiro desses hospitais de campanha. Eu não consigo entender, eu não consigo entender. Alma sebosa veio na terra e ela tem que automaticamente ser exterminada”.
O cantor explica, entretanto, que não fala de morte, mas apenas que a Alma Sebosa não precisa existir e lembra que já trabalhou em UTI e CTI e entende o desespero das famílias que internam um parente. “Como é que vem uma alma e tira de pessoas respiradores? Eu trabalhei em CTI, UTI e eu sei o desespero quando uma família sabe que alguém tá lá dentro. Aí o cara me rouba. Essa música é pra vocês. As pessoas mais famosas do meu país são os ladrões”, afirma.
Ele também faz uma ressalva de que não se refere aos pequenos empreendedores. “Eu não tô falando da galera aí que precisa se virar nos 30, no dia a dia, no corre corre, né! Os comerciantes, como diz Mano Brown. Não tô falando desse, não, eu tô falando dos pica grande, das gravata bonita, dos sorrisos lindos, claros, né, mas que se confundem com uma cambada de verme que só usurpa a nossa nação. Então essa música é pra vocês, é de coração, é de coração”.
“(…) mas eu não quero mais perder o meu tempo falando de pessoas que eu nunca vou dar moral, nunca dei, não tenho uma foto do lado, não tem Lei Rouanet, não tem nada disso, aqui é na faixa, no suor e no esforço. Mãozinha estendida ninguém me deu. Foi papai do céu, meu pai e minha mãe que me incentivou e todos aqueles que são meus fãs. Então essa música se chama Ladrões. É pra vocês, queridos famosos do nosso país”, finaliza antes de começar a cantar.
Fonte: Politica Livre