Rogério Marinho, Tarcísio Freitas e Braga Netto são apontados como os fura-teto citados por Guedes. Eles presasionariam o governo a gastar, de olho na reeleição.
Pelo menos três membros da cúpula do governo têm sido apontados, no meio político, como destinatários das críticas do ministro da Economia, Paulo Guedes, por pregarem o aumento dos gastos públicos. A expressão “ministros fura-teto” — usada pelo chefe da equipe econômica para alertar o presidente Jair Bolsonaro sobre o risco de a gastança lhe render um processo de impeachment — foi interpretada como um recado aos titulares das pastas do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho; da Infraestrutura, Tarcísio Freitas; e da Casa Civil, Braga Netto.
Ao anunciar, na terça-feira, uma “debandada” em sua equipe, referindo-se a mais dois auxiliares que pediram demissão, Guedes deixou claro, sem citar nomes, que o presidente deve fazer uma escolha entre ele e os que defendem mais despesas e desrespeitam o teto de gastos, uma ferramenta fundamental para o equilíbrio das contas públicas.
Marinho, Freitas e Braga Netto, além de, com menos força, Luiz Eduardo Ramos, chefe da Secretaria de Governo, vêm tentando convencer Bolsonaro de que a abertura dos cofres para obras e programas sociais poderá garantir a reeleição em 2022. Seria uma forma de reação ao desgaste do governo, causado pelos números trágicos da pandemia.
“Não haverá nenhum apoio do Ministério da Economia a ministros fura-teto. Se tiver ministro fura-teto, eu vou brigar com o ministro fura-teto”, disse Guedes, na terça-feira, ao anunciar os pedidos de demissão dos secretários de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel. Na ocasião, ele afirmou, também, que os “conselheiros do presidente que estão aconselhando a pular a cerca e furar teto vão levar o presidente para uma zona sombria, uma zona de impeachment, de irresponsabilidade fiscal”.
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