Uma megaoperação conjunta contra desvios milionários de energia elétrica mobilizou as polícias de quatro Estados do Brasil, ao longo desta terça-feira (15). No total, 23 empreendimentos de setores produtivos situadas na Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte e no Mato Grosso do Sul foram alvos da maior ação já realizada no País para combater fraudes e furto de energia. A operação recuperou mais de 3,5 milhões quilowatts-hora (kWh) de energia, equivalente ao consumo de toda a ilha de Fernando de Noronha, por três meses. Nas ações, 12 pessoas foram autuadas em flagrantes ou encaminhadas para prestar esclarecimentos. A investigação policial foi desencadeada a partir de denúncias apresentadas pelas distribuidoras da Neoenergia, um dos maiores grupos do setor elétrico brasileiro.
Essa é mais uma das diversas ações que a empresa está realizando para combater o furto de energia. A operação simultânea nos quatro estados teve como foco principal a indústria do ramo de laticínio, fábricas de cerâmica, comércios e propriedades rurais. A ação contou com a participação de mais de 50 policiais e as irregularidades foram constatadas por peritos de criminalísticas. Furto de energia é crime previsto no artigo 155 do Código Penal Brasileiro e a pena para o responsável pela prática ilegal pode chegar a oito anos de reclusão.
Bahia
A Bahia concentra a maioria dos alvos da operação. Peritos criminais e agentes da Polícia Civil (PC) do Estado identificaram, com o apoio técnico da Neoenergia, furto de energia em 12 propriedades como grandes fazendas de irrigação e plantação de café e cultivo de camarão nos municípios de Juazeiro, Valença, Teixeira de Freitas, Paulo Afonso e Senhor do Bomfim. As equipes desativaram redes elétricas construídas clandestinamente e recuperaram 2,3 milhões de kWh de energia, equivalente ao consumo de energia de 20.000 residências durante um mês inteiro. Cinco pessoas foram autuadas em flagrante e encaminhadas à delegacia.
Pernambuco
Na ação realizada em Pernambuco, a perícia identificou desvio de energia em uma fábrica de artefatos cerâmicos, na cidade de Lagoa de Itaenga. O consumo que deixou de ser medido e foi recuperado seria suficiente para abastecer mais de 5.400 residências por um mês. No ato da inspeção, o proprietário da fábrica foi abordado pela PC e flagrado com a posse ilegal de duas armas de fogo, sendo autuado em flagrante pelos crimes de furto de energia e posse ilegal de armas.
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