A Agência Nacional de Águas (ANA) realizou a videoconferência mensal que tem o objetivo de discutir as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco e contou com representantes de órgãos do Governo, entidades, irrigantes, bem como usuários.
Um representante do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) iniciou a apresentação com informações de que entre os dias 12 e 13 de outubro há a possibilidade de mudança de padrão seco para uma quadra de estação chuvosa. A previsão média de vazão para os próximos 10 dias é de 102 m3/s, em Três Marias (MG).
Segundo Joaquim Gondim, superintendente de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA), aos poucos as equipes irão observar essa mudança da quadra seca para a chuvosa. “Depois da mudança de perfil teremos uma boa qualidade de chuva para este final de ano e início de 2021”, disse.
Um técnico do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) trouxe a avaliação das condições hidrológicas e de armazenamento na bacia do rio São Francisco e simulação até final de outubro. Na apresentação foram tratados temas ligados às usinas hidroelétricas da bacia do rio São Francisco, as condições hidroenergéticas observadas, a operação dos principais reservatórios, a previsão das condições hidrológicas e as perspectivas para a operação da bacia do rio São Francisco até o final de novembro de 2020.
As perspectivas segundo o ONS para a operação da bacia do rio São Francisco até o final de novembro de 2020 são as seguintes: em Três Marias o reservatório está, atualmente, com armazenamento verificado acima dos 60% de volume útil, posicionando-se, portanto, na Faixa de Operação Normal. Nessa faixa de operação, não há restrições de defluências máximas médias mensais. Para as simulações apresentadas a seguir, tendo em vista o elevado armazenamento do reservatório, necessidades eletroenergéticas e atendimento ao Projeto Jaíba e à navegação, foi considerada a política de defluências a seguir: defluências médias de 750 m³/s de 05 de outubro a 31 de outubro de 2020 e médias de 500 m³/s de 01/11/2020 a 30/11/2020 (média no período de 618 m³/s).
Já em Xingó, de setembro de 2020 a novembro de 2020 as defluências médias mensais serão de 1.700 m³/s. No âmbito da Programação e da Operação, os valores indicados poderão ser praticados conforme a necessidade eletroenergética e respeitando o valor mínimo de 1.100 m³/s, ambos estabelecidos pela resolução ANA 2.081/2017.
Em Sobradinho, as defluências médias considerando os usos consuntivos mais a evaporação da água no trecho Sobradinho-Xingó, garantirá o armazenamento de Itaparica em valor maior ou igual a 30%. No horizonte das simulações, além de atender à política da UHE Xingó, considerou-se as defluências médias da UHE Sobradinho de 1.448 m³/s de 05 de outubro a 31 de outubro de 2020 e médias de 1.800 m³/s de 01 de novembro a 30 de novembro de 2020 (média no período de 1.633 m³/s).
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, declarou que neste momento de política de vazões gerenciada pelo ONS é importante observar não só as necessidades da geração de energia elétrica, mas prever também esse usuário importante que é o ecossistema.
“O Comitê tem acompanhado todo sistema integrado da política de vazões, mas é preciso incluir efetivamente essa previsão em relação à alocação de água com o objetivo de utilizar em um futuro período seco, evidentemente guardadas todas as outras demandas que estão em pauta”, finalizou.
A próxima reunião está marcada para o dia 27 de outubro às 10h. Esta videoconferência que avalia as condições hidrológicas da bacia do Velho Chico ocorre na sede da Agência Nacional de Águas, em Brasília (DF) e é transmitida para os estados da bacia. Desta reunião participam o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), usuários, governo, irrigantes, entre outros.
CHBSF