Em tempos de revolução tecnológica e pandemia, as escolas têm enfrentado o grande desafio de tornar as aulas mais atrativas e interessantes para os estudantes. Mais do que nunca é necessário inovar e apostar em ferramentas e metodologias que deixam a aprendizagem mais dinâmica e prazerosa. E é neste contexto que a cultura maker - movimento que incentiva os estudantes a colocar a mão na massa e aprender errando, fazendo e sem medo de experimentar - surge como uma grande aliada do aprendizado e tem ganhado cada vez mais espaço no ambiente escolar.
Uma das instituições que aposta na cultura maker para estimular o desenvolvimento da autonomia, da autoconfiança e do espírito investigativo é o Serviço Social da Indústria de Pernambuco (SESI-PE). Com 13 unidades espalhadas da capital ao sertão pernambucano, o SESI-PE tem incentivado seus mais de 6 mil alunos a colocar em prática suas próprias ideias e a desenvolver projetos e novas tecnologias mesmo a distância, em casa. Por meio de atividades, aulas de robótica, jogos e brincadeiras, as crianças e os adolescentes vão em busca de respostas para os problemas que poderão ser úteis também no futuro.
Na unidade do Ibura, por exemplo, a professora de artes Marcela Silva propôs uma atividade inusitada aos alunos do 2º ano do Ensino Médio: recriar fotos de pessoas e grifes famosas usando as peças do próprio guarda-roupa, com o objetivo de mesclar moda e arte. Para isso, os jovens fizeram releituras de fotografias e compilaram os resultados em um vídeo. “A inserção das ideias da cultura maker no dia a dia da sala de aula, seja na modalidade virtual ou presencial, gera maior interesse e participação dos estudantes na construção do conhecimento. Foi nessa perspectiva que surgiu o projeto "Arte x moda: meu guarda-roupa estiloso", para aliar teoria de conceitos artísticos clássicos com a prática acessível e lúdica”, comentou a docente. A atividade teve tanta repercussão que chegou até uma das homenageadas, a cantora Anitta.
Segundo a estudante Daniela Beckman, uma das participantes do projeto, a metodologia coloca o estudante no papel de protagonista do seu próprio processo de desenvolvimento intelectual, incentiva o trabalho em grupo e a interdisciplinaridade. “A cultura maker veio pra fortalecer a nossa rotina de estudo, incentivar a procurar meios de invocações e a pôr a mão na massa. Tudo isso faz com que as pessoas fiquem mais instigada em seus meios sociais, como as escolas e o trabalho”, pontua.
Em Escada, cinco jovens desenvolveram a distância o chocolate Imunity, que ajuda a aumentar a imunidade. O chocolate oferece 70% de puro teor de cacau, é livre de lactose, tem a quantidade necessária de vitaminas e é indicado, principalmente, para idosos e crianças. O projeto foi eleito um dos 39 melhores do Desafio de Robótica Covid-19, torneio estudantil promovido pelo SESI Nacional que propôs aos estudantes criarem soluções que minimizem os impactos causados pela doença.
Já na unidade de Goiana a equipe de robótica GRT foi destaque no campeonato brasileiro de tecnologia e empreendedorismo F1 In Schools, da Fórmula 1, realizado em março deste ano, em São Paulo. Os alunos criaram uma escuderia e um carro de F1 em escala reduzida, que disputou corridas de velocidade na pista do evento com mais 28 equipes. Foram quase sete meses de pesquisas, planejamento e treinos para conceber o projeto, projetar e modelar o carrinho. Todo esse esforço e comprometimento dos jovens foi recompensado com medalhas e troféus em três categorias: carro mais veloz, empreendedorismo social e corrida mata-mata.
Para a gerente de Educação do SESI-PE, Mirella Barreto, a cultura maker transforma a escola em um ambiente colaborativo de aprendizagem, aproximando mais os alunos e os professores. “Nosso objetivo é fazer da escola um grande espaço para experimentação e fomentar a criatividade e outras habilidades essenciais para o currículo escolar. Por isso, a cultura do “faça você mesmo” é tão presente na nossa rotina e em nossas atividades. Enxergamos como uma oportunidade de despertar interesses e aptidões para o mercado de trabalho, como liderança e proatividade, e formar pessoas inovadoras para o futuro”, comentou.
FIEPE