A disputa pelo cargo na prefeitura do Recife vai ser em família: os primos João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), que obtiveram 29,17% e 27,95% dos votos, respectivamente, no pleito deste domingo (15), prometem agora uma disputa acirrada. De um lado, ele, 26 anos, deputado federal em primeira legislatura e que conta com o apoio do governador do Estado, Paulo Câmara (PSB), e do prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB). Do outro, ela, 36 anos, deputada federal em primeira legislatura e três vezes vereadora em Recife. Desafiou o diretório municipal do PT que tinha definido apoiar a candidatura de Campos, conseguindo convencer a direção nacional do partido.
“Recife já conhece o resultado das arengas do PT”, disse Campos, logo após a apuração, numa referência às gestões petistas na capital pernambucana, e complementou afirmando que “Recife não vai retroceder”. Já Marília criticou a permanência do PSB na administração do executivo municipal, que vem ocupando o cargo há oito anos pelo prefeito Geraldo Júlio (PSB), e afirmou que Recife não tem dono. “A primavera do Brasil para se livrar do obscurantismo que ameaça o povo vai começar aqui no Recife”, escreveu.
A disputa, conforme foi dito, é em família. João e Marília são primos de segundo grau. Cresceram na escola do PSB, mas desde 2014 estão em lados opostos. João Campos é bisneto e Marília é neta do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, avô do ex-governador Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em 2014, durante campanha para presidência da República. O racha da família Arraes foi oficializado na época que Eduardo se lançou como candidato a presidente e Marília informou que iria votar em Dilma Rousseff (PT).
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