O caminhoneiro Gildemar José da Silva é desses motoristas responsáveis pela maior parte do transporte de cargas e mercadorias nas rodovias do Brasil.
Nascido em Juazeiro, Bahia, criado em Queimada Nova (Piauí), e residente em Petrolina (PE), desde os 10 anos de idade, ele tem o destino para viver na estrada. Gildemar caminha para completar 25 anos de profissão de motorista percorrendo o país de norte a sul. Literalmente Gildemar "mora viajando pelos estados brasileiros".
Com exclusividade para a REDEGN, direto de São Paulo, o profissional da estrada confirmou "que existe sim a insatifsação de boa parte da classe dos caminhoneiros e que já aconteceram três aumentos de diesel e vai ter mais outro. O frete não aumenta. Combustível está muito caro e por isto existe sim o indicativo da paralisação. Muitos caminhoneiros querendo a paralisação são as conversas em vários grupos. Não temos políticos que defenda a classe. Por mim já era para ter parado sim", disse Gildemar.
A reportagem da REDEGN obteve o documento do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) reiterando em nota a intenção de manter a greve geral de caminhoneiros no dia 1º de fevereiro “por prazo indeterminado”, apesar da isenção de impostos sobre pneus prometida pelo governo e do aumento do frete mínimo.
Mesmo com a paralisação prevista para o próximo mês, há o compromisso do setor de manter a movimentação de caminhões e cargas dos serviços essenciais em 30%, em decorrência da pandemia do Coronavírus, além de cargas vivas, alimentos perecíveis e afins. A CNTRC afirmou que representa cerca de 40.000 caminhoneiros no Brasil.
Por outro lado, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que representa legalmente a categoria, entende que “este não é o momento ideal para uma paralisação”.
Ainda em nota, a Confederação destacou o cenário positivo do transporte de cargas no Brasil e o relacionamento com o governo. “A CNTA acredita que a deflagração de uma greve, especialmente de caminhoneiros, deve ocorrer somente quando esgotadas todas as alternavas plausíveis de discussão e negociação”.
A movimentação dos caminhoneiros para a greve ocorre em meio a uma nova tabela de preços mínimos de frete rodoviário no Brasil, publicada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no Diário Oficial da União (DOU) (Resolução nº 5.923), com aumento entre 2,34% a 2,51%.
Além disso, o governo federal anunciou que deve zerar a tarifa de importação de pneus, contra os 16% anteriores, um dos pedidos do setor. O pneu é o segundo item mais caro na manutenção dos caminhões.
Outra queixa dos caminhoneiros era quanto a vacinação prioritária contra a Covid-19. Os transportadores rodoviários de carga não estavam na primeira versão do Plano de Nacional Operacionalização. Agora, em uma nova atualização do documento, chamada de "informe técnico", de 18 de janeiro, o ministério citou especificamente “caminhoneiros”, prevendo que “nessa estratégia será solicitado documento que comprove o exercício efetivo da função de motorista profissional do transporte rodoviário de cargas (caminhoneiro)”.
O documento ainda especificou que, no caso de trabalhadores de transporte coletivo rodoviários de passageiro, que abrange os motoristas e cobradores, estão incluídos os profissionais de “longo curso”.
Fonte: redeGN Foto: Divulgação