Animais de estimação também podem desenvolver câncer de mama

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A campanha Outubro Rosa, criada para a conscientização da prevenção do câncer de mama, ganhou uma versão pet, já que é grande a frequência do desenvolvimento da doença em animais de estimação. De acordo com a coordenadora do curso presencial e semipresencial de Medicina Veterinária da Unijorge, Ana Luiza Ângelo, a neoplasia mamária é o tumor mais comum em cadelas e o terceiro em gatas. “Essa campanha é muito importante para dar visibilidade a essa doença, que é grave, causa um grande mal-estar nos animais e até mesmo pode levá-los à morte. A campanha tem um apelo para conscientizar os tutores acerca dos exames preventivos e diagnóstico precoce, como também, do acompanhamento da saúde do animal e da posse responsável”.

Assim como acontece com os humanos, essa é uma doença multifatorial onde estão envolvidos vários componentes, tais como:  genéticos, hormonais, nutricionais e ambientais. Segundo Ana Luiza, as causas podem variar a depender de cada tipo de câncer e, até mesmo, ser de causa desconhecida. “O câncer de mama é uma doença proveniente do crescimento desordenado das células da glândula mamária e não podemos atribuir a um único fator, o que se sabe é que o fator hormonal é importante no desenvolvimento da doença, sendo a causa mais comum”, diz a profissional.

A coordenadora explica que não existe um tratamento específico para prevenir a enfermidade e a principal recomendação é fazer a castração das fêmeas que não estão destinadas à reprodução, pois esse procedimento evita a liberação dos hormônios que estimulam o trato reprodutivo, impedindo que as células se multipliquem a cada novo ciclo. Quanto mais cedo for realizada a castração, maiores são as chances de diminuir o desenvolvimento da patologia. Além disso, os animais devem ter uma rotina saudável com atividades físicas, com controle do peso e boa alimentação.

Para detecção do câncer de mama,  os tutores devem ficar atentos aos nódulos na cadeia mamária, ao tocar e fazer carinho no animal. Ao sentir algo diferente, os responsáveis devem procurar imediatamente um médico veterinário. Os nódulos podem ter vários tamanhos e podem estar ulcerados, inflamados ou com infecção secundária, como também podem estar mais aderidos a musculatura do animal, isso depende do tipo de tumor. Na ocorrência da doença, o tratamento é aplicado para cada caso de câncer e, em geral, é feita a mastectomia da cadeia mamária no local onde o tumor ocorreu e depois é feita a castração da cadela ou da gata.  Depois da identificação do tumor, serão feitas outras terapias associadas que podem envolver, ou não, o uso de quimioterapia.

“Na Campanha do Outubro Rosa Pet estamos falando da prevenção da doença, mas estamos falando indiretamente de uma campanha de posse responsável, onde ensinamos aos tutores a ter mais consciência com relação aos cuidados com o animal. Quando fazemos a indicação da castração para prevenir a neoplasia mamária, atuamos de forma a atingir uma questão social, com o controle de natalidade de cães e gatos, evitando ninhadas indesejadas e posterior abandono e maus tratos desses animais”, conclui a coordenadora.

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