Depois de meses com a expectativa para uma vacina ficar pronta, a intérprete, Celina Reis Cavalcanti, de 35 anos, um das primeiras pessoas de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, a receber a 1° dose dose da vacina contra a Covid-19. Esse dia nunca será esquecido. Na terça-feira, 22 dezembro, Celina pôde sentir pelo corpo a esperança de dias melhores.
"Foi um misto de sentimentos. Tomei a vacina de coração aberto, com muita esperança e certeza que vai dar tudo certo", lembra Celina. A intérprete se mudou para os Estados Unidos em 2007. Atualmente, mora em Worcester no estado de Massachusetts. Por trabalhar em um Hospital Universitário da cidade e estar exposta ao vírus, as equipes das áreas de saúde foram as primeiras a receber a vacina.
Celina se vacinou também com a intenção de proteger os pais que já são idosos. Ela está há noves meses sem receber o carinho dos amores da vida dela. Mesmo após tomar a primeira dose da vacina da Pfizer, a intérprete ainda não se aproxima deles, "eles levam e pegam minha filha na escolinha, me ajudam com as demais tarefas, mas ainda não tenho contato", uma situação que a deixa triste mas esperançosa que terá um fim em breve.
A segunda dose está marcada para o dia 12 de janeiro. A imunização de fato só deve acontecer em média após 20 dias, quando fará exames para verificar se realmente desenvolveu anticorpos da doença. A previsão é que os pais sejam chamados em 30 dias para tomar a vacina.
Embora estivesse com receio de tomar a vacina por ser bastante alérgica, Celina não sentiu nenhum efeito colateral. "Eles avisaram que o braço poderia ficar um pouquinho dormente, sentir um desconforto ao levantar e abaixar os braços, mas graças a Deus não senti nada".
Às pessoas que estão com medo de serem vacinadas, a petrolinense aconselha: "A ciência está o tempo inteiro nos mostrando que o mundo sem vacina seria mil vezes pior. Os fatos, a medicina nos mostram que os riscos da vacina são muito menores que o da doença em si".
Com familiares em Petrolina que tiveram Covid-19 e sentiram as complicações da doença, a intérprete lamenta a forma que a doença é tratada no Brasil: "Torço de coração de que uma solução seja encontrada o quanto antes".
O nosso país precisa, já chega de tantas impunidades. Não dá para brincar com a saúde das pessoas". Sobre a primeira coisa que fará quando finalmente estiver imunizada, Celina não tem dúvidas: "Vou correr para a casa dos meus pais", conta esperançosa. Em 2021, os planos são de visitar Petrolina logo após o fim da pandemia. "Se tudo der certo a gente chega por aí para curtir com o resto da família".
O texto é de Pedro Miranda, estagiário, com supervisão de Juliane Peixinho, G1 Petrolina