O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) avalia reorganizar a articulação política no Senado. A ideia na mesa é substituir o líder do governo na Casa, Fernando Bezerra Coelho, do MDB de Pernambuco.
O presidente disse a interlocutores estar incomodado com o MDB em razão principalmente da forma como seus integrantes têm atuado na CPI da Pandemia. O líder do partido no Senado, Eduardo Braga, e o relator da CPI, Renan Calheiros, têm tido posturas críticas ao governo. Assim como a senadora Simone Tebet, que tem usado suas falas no colegiado para criticar as posições do Palácio do Planalto, como o uso de máscaras.
A eventual saída de Bezerra, porém, seria de comum acordo. A ele interessaria um afastamento do governo, uma vez que pretende lançar seu filho, Miguel, prefeito de Petrolina, ao governo do Pernambuco em 2022. O estado é tradicionalmente um reduto do ex-presidente Lula, que deve disputar com Bolsonaro a Presidência em 2022.
Além disso, Bezerra foi indiciado pela Polícia Federal dentro de uma investigação que apura recebimento de propina durante o período em que o senador foi ministro da Integração Nacional, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Com o afastamento teria mais tempo para cuidar da sua defesa.
O presidente avalia nomes para substituir Bezerra, mas quer amarrar já alguém de algum partido que pode estar na aliança em 2022. Uma das possibilidades é fazer o senador Marcos Rogério, o mais aguerrido defensor do governo na CPI. Por outro lado, partidos do Centrão apoiam a indicação do ex-presidente da Casa, Davi Alcolumbre. O senador do Democratas já foi procurado por Bolsonaro, mas ainda está em dúvida se deve aceitar comandar a liderança do governo no Senado.
Procurado, Fernando Bezerra não se manifestou.
Fonte: CNN Brasil