Ao comentar sobre importância da data, especialista relata desafios e dá dicas de práticas que podem ajudar na qualidade de vida mental.
Neste domingo (10) é celebrado o Dia Mundial da Saúde Mental, data instituída pela Federação Mundial de Saúde Mental com o propósito de alertar e conscientizar a sociedade sobre a importância dos cuidados com a mente. Com a data dedicada desde 1992, o tema tem apresentado avanços no que se refere a visibilidade e ações, mas ainda há muitos desafios a serem superados.
Para o coordenador do curso de Psicologia da Faculdade UNINASSAU Petrolina, Mizael Neto, atualmente, um dos principais desafios enfrentados no campo da saúde mental é o permitir cuidar. “Se o adoecimento mental é encarado socialmente como fraqueza, falta de fé, falta do que fazer, se assumir com o adoecimento mental é estar vulnerável, demonstrar fraqueza e isso por si só não é tão simples. A gente acaba não permitindo se cuidar. Por toda essa cultura que temos que aquele que vai para um psicólogo é louco, quem vai para o psiquiatra é louco, só se busca o cuidado quando está em uma situação muito extrema, quando o ideal é você pensar sempre na prevenção”, explica o psicólogo.
A respeito de sinais quem devem despertar um olhar mais cauteloso em relação a saúde mental, o especialista destaca que o estado de sofrimento é um dos principais. “Se uma determinada situação da vida está levando o sujeito a um sofrimento insuportável, além do que ele consegue dar conta, já é um bom indicativo de que a pessoa precisa buscar cuidado. Isso não significa apenas estar num grau mórbido de depressão. Mas veja, talvez na própria escola o sujeito não está conseguindo lidar com as demandas que são interessadas a ele. No trabalho, às vezes o trabalho está sendo muito desafiador para a saúde mental do sujeito. Nos relacionamentos, de um modo geral, às vezes a pessoa não está conseguindo lidar com a dor insuportável, que tem sido endereçada a ele. Então, quando determinada situação está causando um sofrimento significativo para o sujeito, já é um indicativo de que está na hora de procurar um cuidado”.
Entre as doenças mais comuns que envolvem a saúde mental, o psicólogo cita a depressão, em seus diferentes transtornos, e a ansiedade. Segundo Mizael, alguns transtornos relacionados ao estresse também acabam aparecendo. “O transtorno de estresse pós-traumático tem tido um aumento significativo e, de um modo geral, a depender do contexto, algumas doenças voltadas para o ambiente do trabalho, por exemplo a síndrome de burnout que acaba influenciando diretamente no desempenho do sujeito e, inclusive, impossibilitando o sujeito de retornar àquele trabalho”, destaca.
Sobre práticas que podem ajudar na qualidade da saúde mental, o especialista destaca que uma boa dica é tentar pensar em coisas que deixam a pessoa bem. “Sei que é bem simplista, mas, de grosso modo, tem coisa que a gente pode fazer que nos gera uma sensação de prazer, de alegria, que a gente gosta de fazer, que muitas vezes a correria, o cotidiano não nos permite. Então, talvez uma primeira aposta que pode fazer é exatamente pensar em como desenvolver aqueles velhos hábitos que nos dão tanto prazer. Talvez uma conversa aleatória com um amigo, uma saída, lógico que respeitando os protocolos de saúde. Tem gente que melhora muito indo para determinados contextos sociais, alguns ambientes, algumas instituições, enfim, eu acredito que é focar naquilo que o sujeito gosta e que dá prazer para ele”, orienta.
Faculdade UNINASSAU/Foto: Divulgação