Por orientação do próprio governador Rui Costa (PT), esse ano, a Polícia Militar adotou uma nova estratégia: os policias que irão atuar no Carnaval deste ano estão orientados a não entrar no meio de multidões para dissipar foliões que estejam curtindo a folia com “excesso” de brincadeira”. A recomendação é observar de longe e não entre no meio dos foliões. Porém, a nova medida embora não seja explicitada tem gerado preocupação entre os agentes públicos.
O próprio prefeito ACM Neto (DEM), durante entrevista coletiva de balanço do segundo dia de Carnaval, neste sábado (22), afirmou que a Polícia Militar assumiu o compromisso de reforçar a segurança da folia no Circuito Dodô(Barra-Ondina), onde tem ocorrido a maioria dos casos de agressão registrados nos módulos de saúde do município.
Algumas fontes do Política Livre também afirmam observar o aumento da violência. “Trocaram a contemplação a ação pela contemplação e a porrada associada à criminalidade elevou-se”, criticou uma delas.
Foi chegado ainda de forma anônima ao site um artigo em defesa da PM, cujo título é impublicável. Um dos trechos diz: “Participamos de inúmeros carnavais, mas acompanhando o Carnaval baiano *agora em 2020* pudemos verificar uma significativa *mudança* de postura dos principais atores envolvidos no processo mas sempre vilipendiados, desrespeitados e afrontados – os Policiais Militares.
Conforme o autor, é interessante ressaltar que o mundo e a sociedade estão sempre tentando enfiar goela abaixo aquilo que acham que você deve ser, deve fazer, deve seguir e, provavelmente, muitos profissionais da Segurança Pública, em especial os POLICIAIS MILITARES, estavam ocupado demais se importando com tantas coisas à sua volta que praticamente esqueciam de viver.
Por fim, frisa não ser raro que a Polícia Militar, principal responsável pela segurança do Carnaval, seja o saco de pancadas. “Taxada por profissionais de imprensa, como violenta, arbitrária, agressiva, racista e endossado o discurso pelos famosos artistas, peritos na arte da lacração”.
E não parou por aí. Teve crítica a deputado que ‘não gosta de PM e muito mais. Porém, segundo a publicação, esse ano os PMs se conscientizaram e estão tomando as rédeas de suas próprias vidas, de suas próprias ações, fazendo o que já deveriam ter feito há anos: “LIGAR O FODA-SE”.
“A Polícia que perto incomodava, agora, longe faz falta? 2020 é só o prenúncio do que está por vir. No jargão policial existe um ditado que afirma que:NÃO EXISTE NADA DE TÃO RUIM QUE NÃO POSSA FICAR PIOR”, findou.
Contudo, neste domingo (23), em entrevista coletiva no Campo Campo, o governador, por sua vez, comentou as críticas que vem recebendo sobre a nova estratégia da PM no Carnaval, mas minimizou, ao afirmar que o número de prisões e abordagens é maior se comparado ao ano passado.
“Temos efetuado mais prisões e apreensões, inclusive, nos portais e também fora dos portais, com câmeras de reconhecimento facial. Então, o número de prisões de pessoas com mandado de prisão em aberto é superior ao ano passado. O número de abordagens é superior ao ano passado, mas tem sempre esse ajuste fino a ser feito. De um lado, recebo a mensagem dizendo que a polícia tem que ser mais enérgica e do outro lado que a polícia tem que ser menos enérgica”, afirmou, admitindo ser natural haver opiniões divergentes.
“Mas, o que a gente busca é ter um padrão homogêneo de atuação, mas nem sempre é fácil. As situações são diferentes, as pessoas que estão naquela situação são diferentes. O tempo todo, a busca do comando da PM e de cada grupamento é manter homogênea a atuação. Mas diria que, de uma forma geral, o Carnaval está seguindo o padrão do ano passado em número de ocorrências, com pequenas variações para menos ou para mais em alguns ítens. Portanto, até agora, segue muito parecido com o padrão de ocorrências do ano passado”, justificou, arrematando, entretanto, que cada líder de tropa tem o poder de tomar a decisão durante as ocorrências.
Fernanda Chagas/Foto: Divulgação
