Com as pessoas passando mais tempo em casa devido às medidas de isolamento social, uma consequência é certa: o aumento do consumo de energia elétrica. O home office, as aulas on-line e até o uso constante de aparelhos como televisores, computadores e celulares podem ter um impacto significativo nessa elevação, mas é possível amenizar a situação. De acordo com o especialista técnico em Elétrica do SENAI Pernambuco, Frederico Cezar, a atenção à bandeira tarifária e a adoção de pequenas medidas em casa podem fazer diferença no bolso do consumidor no fim do mês. Confira, abaixo, cinco dicas elencadas pelo especialista.
Atenção às bandeiras tarifárias
Mensalmente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) cobra valores diferentes pela energia que está sendo consumida, a depender do processo de geração que está sendo utilizado no País. Três bandeiras são utilizadas pela agência reguladora: a verde, que indica que está tudo sob controle; a amarela, que indica uma cobrança um pouco maior pela energia; e a vermelha, que é a tarifa mais cara e ainda se divide em dois patamares.
De acordo com o especialista, a tarifa do mês seguinte sempre é divulgada pela Aneel no fim do mês anterior, o que pode ajudar nessa organização. “Estamos em um mês de bandeira amarela. Como o sistema tarifário está mais caro, devemos tentar economizar ainda mais, para garantir uma conta mais barata. Isso é de extrema importância, porque as pessoas conseguem perceber que, mesmo utilizando os mesmos equipamentos, você acaba pagando valores diferentes em meses diferentes”, pontua Cezar.
Evite deixar os equipamentos em stand by
Qualquer equipamento eletrônico que tenha uma luz LED que se mantém acesa, verde ou vermelha, mesmo quando você desliga o equipamento, deve ser desconectado da tomada. É o caso de micro-ondas e televisores, por exemplo. “É um consumo mínimo, mas quando multiplicamos a quantidade de equipamentos ligados por 24h por dia ao longo de um mês, há um acréscimo importante na conta de energia”, explica Cezar. Segundo o Centro Brasileiro de Informação de Eficiência Energética (Procel Info), esse modo de espera pode representar até 20% do gasto mensal de energia elétrica.
Fique atento ao ar-condicionado
Já que é difícil resistir à tentação de usar o ar-condicionado para fugir do calor, é importante adotar boas práticas na hora de usar o aparelho. Assim, o especialista Frederico Cezar explica que é importante manter o ambiente que está sendo refrigerado bem fechado, além de manter a limpeza dos filtros do ar-condicionado sempre em dia.
Outra dica importante está relacionada à regulagem da temperatura. “Quanto menor a temperatura que você programar no seu aparelho de ar-condicionado, mais ele irá trabalhar para atingir o nível desejado. A melhor opção é manter a temperatura do equipamento entre 22°C e 25°C, que é a temperatura ideal para deixar o ambiente agradável”, explica.
Se você for comprar um ar-condicionado novo, uma sugestão é apostar na tecnologia inverter, que otimiza o processo interno de funcionamento do compressor do equipamento. “Em um aparelho comum, o compressor precisa usar uma energia maior ao ser ligado e, quando o ambiente atinge a temperatura escolhida, ele desliga automaticamente. No inverter, o compressor não desliga, apenas desacelera, o que faz com que ele tenha um consumo menor”, ressalta.
Use a geladeira de forma inteligente
Uma vez que a geladeira precisa ficar ligada o tempo inteiro para conservar os alimentos que estão guardados em seu interior, ela acaba representando uma parte importante da sua conta de energia. Mesmo assim, algumas atitudes podem ajudar a reduzir esse consumo. “Em vez de abrir a geladeira para pensar no que vai comer, seja objetivo e só abra para pegar o que você deseja. Além disso, não coloque alimentos com a temperatura elevada no equipamento, porque isso faz com que o sistema de refrigeração trabalhe mais para manter a temperatura interna”, elenca Frederico Cezar. Por fim, fique sempre atento às condições da borracha de vedação das portas da geladeira.
Cuidado com o ferro de passar
Para a hora de passar roupa, o especialista Frederico Cezar dá duas sugestões: junte o máximo de roupas que puder e aproveite a temperatura do ferro. “A temperatura é uma variável que muda lentamente. Então, ligue o ferro e, quando estiver quente, na hora de passar as últimas peças, pode desligá-lo, porque aquela temperatura será suficiente para passar a roupa, a depender da quantidade e do tecido das peças”, explica.
Frederico Cezar /Carlos Laerte