“Ser jornalista nos dias de hoje é mais que uma profissão, é um ato de resistência”.
Uma trajetória difícil para um periódico impresso, do interior, com tiragem mensal, distribuição gratuita, - na maioria das vezes -, sempre facilitando o acesso à informação de seus fiéis leitores, muitos deles ainda sem a facilidade das ferramentas digitais de internet, como sinal de wi-fi, celulares, tablets e notebooks, e não só esses aparelhos portáteis de informática, “mimos” que nem todos têm, mas até a falta de um simples computador de mesa, tudo isso, de certa forma indispensável no mundo moderno.
Mas, o que é o mundo moderno afinal? A caricatura de todas as criações pioneiras, que o tal avanço tecnológico nos deixou à mercê do não pensamento, das habilidades manuais mutiladas, do esquecimento de todo material impresso, imprescindível em qualquer unidade escolar de qualquer faixa etária, e mais ainda do descontrole mental, fazendo-nos submissos à robótica, nos tirando o livre pensar e nos condicionando a um posicionamento de máquina, e consequentemente nos tornando incapazes de resolver problemas cotidianos básicos, e nos limitando a um espaço virtual, onde não é necessário viver, nem dizer a verdade, nem desenhar no papel, como a velha tirada “entendeu? Ou quer que eu desenhe?”.
Parece que estou dizendo algo absurdo, mas não. Esse é o mundo absurdo que vivemos há tempos, e agora mais do que nunca, “melhorado” para “facilitar” a vida dos seres humanos no seu dia-a-dia, “sqn”, ou melhor, “só que não” (como diz a gíria da net). Não, porque, muitas vezes, esse tal mundo digital nos tem revelado fragilidades que nos tiram a paz, a segurança, e até as responsabilidades. Ser dependente dele é morte súbita! Não estamos afirmando que dele (o mundo digital) não precisamos, e que não tem importância alguma na nossa vida, seria o mesmo que dizer que não precisamos do sol, ou se entregar de vez ao negacionismo, onde nada mudou, e vivemos num paraíso sem serpentes.
Outros diriam: “não há nada de novo sob o sol”, está aí uma grande verdade, de novo mesmo só uma pandemia no meio de toda essa tecnologia virtual, no meio de crises econômicas, escândalos políticos, fake news, manifestações de fantoches, CPI para mostrar o óbvio, entre outras aberrações num país esgotado de negacionismos. E enfrentar tudo isso com
falsas notícias rodando o mundo, tentando salvar o que ainda resta de dignidade no jornalismo, é o papel de uma imprensa livre, que livre não está, enquanto houver disseminação de ódio contra jornalistas, e maquiagem da verdade.
Jornalismo não é só fato, também é opinião! “Um jornalista que não tem opinião, não pode ser considerado jornalista”, isso nós ouvimos de um comunicador de programa de TV, criticando justamente os “jornalistas” que não ousam, que não se posicionam, que não opinam, que não fazem a diferença na profissão.
Entendemos que no mundo de hoje, mais ainda, e em países onde exercer tal ofício é um perigo iminente, e esses profissionais “ousados” pagam caro justamente por ser jornalista de opinião, e muitas vezes pagam com a própria vida, e não são poucos, e não somente por causa dessa doença que mata a todos, mas por todas as formas de perseguição histórica, onde dizer a verdade é uma arma apontada para a sua cabeça.
A verdade, é que a onda das fake news nos rouba a verdade todos os dias, e ser jornalista (de opinião, de impresso, de periodicidade mensal) é mais que uma profissão, é um ato de resistência.
Parabéns ao jornal A NOTÍCIA DO VALE por ainda ter opinião.