O presidente Jair Bolsonaro negou a possibilidade de retirar do governo o ministro da Economia, Paulo Guedes, após as falas polêmicas sobre os impactos da alta do dólar e a postura "parasitária" dos servidores públicos. Bolsonaro disse ter certeza de que o chefe da equipe econômica "vai continuar conosco até nosso último dia", apesar de ter "problemas pontuais" e cometer "possíveis pequenos deslizes".
"Se o Paulo Guedes tem problemas pontuais, como todos nós temos, e ele sofre ataques, é muito mais pela sua competência do que por possíveis pequenos deslizes", disse o presidente, que lembrou já ter cometido "muitos (deslizes) no passado". A declaração foi feita nesta terça-feira (18/2), em cerimônia de transmissão de cargos dos ministros da Casa Civil, Walter Souza Braga Netto, e da Cidadania, Onyx Lorenzoni, no Palácio do Planalto.
"Paulo Guedes não é militar, mas é ainda um jovem aluno do Colégio Militar de Belo Horizonte", disse Bolsonaro, em referência ao grande número de militares no governo, lista engrossada com a nomeação do general Braga Netto, na Casa Civil. Agora, todos os ministros com gabinete no Planalto são militares.
Guedes foi alvo de críticas
Nos últimos dias, Guedes foi criticado por comparar o servidor público que reivindica aumento a um "parasita" e por dizer que na época do dólar baixo mesmo as empregadas domésticas conseguiam viajar para a Diney. O ministro afirmou que é "bom para todo mundo" que o dólar esteja acima de R$ 4. Bolsonaro, no entanto, disse que estava "um pouquinho alto".
O presidente também se afastou, na última quinta-feira (13/2), da visão de Guedes quanto aos servidores. Depois da repercussão negativa das falas do ministro, Bolsonaro disse que "responde pelos próprios atos" e sugeriu que jornalistas tirassem satisfações "com quem falou isso".
(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)