Ingrid Barbosa/Analista de Marketing
]
Ingrid Barbosa/Analista de Marketing
]
Em um discurso que misturou emoção e determinação, o Vereador Gleidson Medrado (PSD), na sessão ordinária desta terça-feira (03/03), mostrou que é possível rebater críticas e propor ações afirmativas sem ofender ou machucar. Depois de dizer “prestei atenção a todos os discursos. Discurso do vereador Alan Jones, do vereador Aníbal, discurso do vereador Anderson da Iluminação. Do vereador Tiano, discurso do vereador Charles Leal”, referindo-se aos vereadores que o antecederam na tribuna e debateram, com pontos de vistas divergentes, a situação da saúde em Juazeiro e as alternativas para o desenvolvimento e atendimento à população, afirmou: “Porque a gente precisa fazer política sem machucar ninguém! ”
Para Gleidson “o nosso interesse aqui na Câmara de Juazeiro, é melhorar a vida do nosso povo. Então aqui não vou falar quais os defeitos do governo de Paulo Bonfim e não vou falar quais os defeitos dos prefeitos que já passaram; eu quero discutir aqui o que Juazeiro precisa e o que eu fiz para ajudar! ” – Disse, criticando de forma irretocável àqueles que buscam espaço na política lastreando suas falas nos defeitos que encontram em quem exerce ou exerceu o poder político.
E, em uma dura crítica à forma como vereadores e novos candidatos estão se comportando, completou: “A gente não pode vir aqui na tribuna e falar que aquele prefeito não prestou e que aquele prefeito não presta e esse prefeito não presta. O que que a gente fez para melhorar a vida do nosso povo? – Indagou aos vereadores presentes, às galerias lotadas e através das redes sociais que transmitem as sessões.
Em um silêncio, entre constrangedor e surpreso pelas colocações, que substituiu a anterior agitação das galerias e as conversas dos vereadores, Gleidson Medrado arrematou: “Eu tenho a consciência tranquila aqui. Tranquila. A gente tem dificuldade na saúde? Tem. O que eu fiz para melhorar? ” E relatou o esforço que fez para conseguir banheiros para comunidade de Bom Conselho, no Distrito de Itamotinga, indo a Salvador.
Citou o boletim com o registro de faltas dos vereadores e lembrou que no plenário se vota projeto, se propõe e se discute projeto, mas “a gente resolve mesmo é em Salvador”, citando a emenda de 2,7 milhões de reais da bancada do PSD destinada à saúde pública de Juazeiro e da conquista de 1,7 milhões conseguidos para a Pro Matre.
Emocionado, a voz firme: “Eu não posso ficar aqui, falando por falar! Precisa é resolver a vida do nosso povo! De quem está sofrendo! Falar por falar? Falar que meu prefeito é bom e o outro é ruim? Falar que o outro é bom e o outro ruim? Que é isso? ” E completou com uma pergunta dirigida a todos que se envolvem na política ou questionam vereadores e gestores públicos: “O que que você fez para melhorar a vida do povo de Juazeiro? ”
Ao finalizar, criticou diretamente os que se apresentam como candidatos, mas se recusam a encarar de frente as dificuldades e desafios de um mandato a serviço das comunidades que querem representar e se sentem satisfeitos e credores de votos fazendo “bilhetinhos nas redes sociais”. Postando palavras de ordem “não reeleja vereador”.
Por Manoel Leão
Para dar melhores condições de trafegabilidade, acesso, conforto e comodidade à população juazeirense, a Prefeitura de Juazeiro por meio da Secretaria de Obras e Desenvolvimento Urbano (SEDUR), iniciou nessa terça-feira (03) a obra de pavimentação em paralelepípedo granítico da Rua André Rebouças, localizada no bairro Alto da Aliança.
O trecho da via que está sendo beneficiado com pavimentação, calçadas e drenagem superficial (meio fio e linha d’água), liga as ruas Saul Rosa e Antônio Conselheiro e já começou a receber os serviços de topografia, corte e terraplanagem.
“Dentro do nosso cronograma de obras até a próxima quinta-feira teremos 3 vias do bairro com obras de pavimentação em andamento. Além da André Rebouças vamos iniciar também os serviços nas Ruas Visconde de Ouro Preto, onde ambas recebem a pavimentação em paralelepípedo granítico e também Saul Rosa, que vai receber pavimentação asfáltica”, explicou o secretário de Obras e Desenvolvimento Urbano, Hemerson Guimarães.
Os moradores já comemoram o início das obras. “Moro aqui há mais de 20 anos, já tive até que abandonar a minha casa por conta de fortes chuvas que deixavam a rua sem condições de moradia. É uma glória acordar e dar de cara com as máquinas iniciando a pavimentação”, afirmou a moradora da Rua André Rebouças, Margarida Silva.
João Pedro, ajudante de pedreiro e morador da Rua Saul Rosa fez questão de acompanhar o início das obras na manhã desta terça-feira. Ele conta que a chegada da obra de pavimentação em sua rua é a realização de um sonho antigo da comunidade. “A pavimentação representa uma grande melhoria não só para nós que moramos aqui, mas toda a população do bairro, agora é só agradecer ao prefeito pela atenção e aguardar a conclusão para termos mais infraestrutura e qualidade de vida”, declarou o morador.
A obra de pavimentação iniciada hoje no bairro Alto da Aliança compõe o Projeto de Intervenção da Poligonal Urbana que contempla 12 bairros de Juazeiro com obras de pavimentação, drenagem, macrodrenagem, revitalização e urbanização do Canal da Malhada da Areia (dando origem a duas avenidas paralelas), urbanização do Canal CAIC, dentre outras intervenções e também o programa de governo, considerado um sucesso, Pavimenta Mais que nos últimos 3 anos já beneficiou mais de 200 ruas e avenidas da cidade com obras de pavimentação.
Por Gardennia Garibalde/SEDUR
Luiza Mahin, Teresa de Benguela, Sojourner Truth, Olympe de Gouges, Emily Davison. Esses nomes que são desconhecidos para muitos/as correspondem a mulheres que fizeram parte da história das lutas femininas, no Brasil e no mundo, mas, que muitas vezes são esquecidas. Com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o movimento de mulheres por igualdade e direitos, a segunda etapa da Formação Continuada Gênero e Agroecologia da Rede Mulher do Sertão do São Francisco teve como tema a história do feminismo.
A Formação, que tem como público mulheres camponesas, aconteceu nos dias 29 de fevereiro e 1º de março, no Centro de Formação Dom José Rodrigues, em Juazeiro – BA. No encontro, agricultoras, pescadoras e apicultoras conheceram a origem do feminismo através dos marcos históricos – a exemplo da Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (1791) e do movimento sufragista -, das heroínas negras e das chamadas “ondas feministas”, momentos históricos que abrangem um conjunto de reivindicações e conquistas do movimento organizado de mulheres.
A militante do movimento feminista negro de Juazeiro Luana Rodrigues foi uma das facilitadoras do primeiro dia da Formação. Luana destacou a importância da luta feminista como necessária para romper o silêncio e denunciar as opressões que as mulheres sofrem. “Uma das pautas que os movimentos feministas mais se ocupam é a da violência. A luta feminista busca igualdade, mas, também garantir o direito a vida das mulheres, principalmente, das mulheres negras”, comentou.
Partindo do entendimento de que há uma pluralidade de feminismos e do conceito de interseccionalidade, da americana Kimberlé Crenshaw, Luana Rodrigues ressaltou que para compreender e combater as opressões é preciso observar as mulheres a partir das suas especificidades. “O movimento feminista negro traz isso, a gente precisa observar o gênero, a raça e a classe pra gente saber qual lugar que essa mulher tá ocupando. Enquanto um grupo luta pelo direito a vestir e ocupar os espaços que quiserem, as mulheres negras ainda lutam para garantir a sua vida e a dos filhos”, afirmou a militante.
História da Rede Mulher
Depois de discutirem sobre a história do movimento feminista, as participantes da Formação Continuada se dedicaram sobre a sua própria história enquanto movimento de mulheres organizado no território baiano do Sertão do São Francisco. A agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) Marina Rocha relatou sobre a origem da Rede Mulher Regional, criada nos anos 2000.
“O machismo sempre foi muito forte na nossa região. Nas décadas de 1970 e 1980, as mulheres rurais não tinham nenhuma autonomia e seu trabalho não era reconhecido”, disse Marina. De acordo com a agente pastoral, as organizações que trabalhavam com esse público começaram a ouvir os clamores dessas mulheres e, a partir daí, passaram a atuar em conjunto, resultando no surgimento da Rede Regional. “Os primeiros objetivos da Rede eram a participação efetiva das mulheres nas organizações de trabalhadores e a luta por direitos trabalhistas e previdenciários”, destacou.
Formação Continuada
A Formação Continuada Gênero e Agroecologia da Rede Mulher Regional teve início em novembro do ano passado, com a temática do patriarcado. Os encontros são realizados com o apoio do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), do Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais (SASOP) e CPT.
Para Raimunda Ferreira, moradora de um assentamento do Movimento dos/as Trabalhadores/as Rurais Sem Terra (MST) do município de Sento Sé, a Formação tem sido um momento de aprendizado e fortalecimento. “Muitas vezes, as dificuldades que a gente passa no dia a dia a gente não consegue expressar. E são esses momentos [Formação] que nos fortalecem e revigoram”, comentou. A próxima etapa da Formação Continuada será no mês de maio.
Texto: Comunicação CPT Juazeiro
Foto: Comunicação IRPAA