Em meio a essa pandemia mundial, a COVID vai ceifando vidas e nós vamos amargando a dor das perdas dos nossos entes queridos. Eu particularmente, num curto período de tempo, sinto o desaparecimento dos amigos José Raimundo Guimarães, Flávio Luiz Ribeiro Silva e agora, José Carlos Viana Tanuri.
No último dia 15 de novembro, dia excepcionalmente esse ano, escolhido por conta desse vírus mortal, para o primeiro turno das eleições municipais, o nosso Zé nos deixou para sempre.
Ele, que ao longo dos seus 79 anos de existência, com uma carreira política vitoriosa e conquistada em muitos 15 de novembros, como se numa grande ironia do destino, marcou o fim da sua passagem terrena.
Começou com seu pai, Américo Tanuri, que governou Juazeiro por dois mandatos, um no início dos anos 60 e outro no início dos anos 70, e em ambos teve como seu braço direito, o seu filho Zé Carlos.
Zé e eu somos filhos da mesma década, ele do início e eu do final. Ainda jovens, trilhamos caminhos distintos, mas que nos deram projeções suficientes para que no 15 de novembro de 1982, fossemos eleitos prefeito e vice da nossa querida Juazeiro e, a partir daí, consolidássemos uma amizade de irmãos, que permaneceu inabalável até o último dia da sua existência.
A minha relação com ele nos seis anos de mandato era simbiótica e trabalhamos todos os dias do mandato de forma sempre propositiva e com um único objetivo, o desenvolvimento da nossa terra.
Em seguida, conquistamos cinco mandatos legislativos consecutivos, ele na Câmara Municipal em Juazeiro, chegando inclusive à sua Presidência, e eu na Câmara Federal, em Brasília.
A política está no nosso sangue, fizemos quase todos os caminhos juntos e se alguma vez divergimos, a nossa amizade sempre falou mais alto.
O legado de Zé Carlos pode ser divido pela vida pública vitoriosa que conquistou e pela família unida que construiu. Falava com orgulho dos filhos que educou e formou, e sonhava em poder fazer o mesmo com seus netos.
Era um homem feliz e um juazeirense como poucos, apaixonado pela sua terra e por sua gente. A sua partida já nos deixou muitas saudades, mas são os desígnios do nosso Pai e portanto, nos resta cultivar seus exemplos e semear esse seu amor que era infinito, por sua terra natal, a nossa querida Juazeiro.
Descanse em paz meu amigo, meu irmão, nosso Zé! Daqui seus herdeiros e amigos, continuarão lutando sempre por uma cidade justa, por um município desenvolvido e por um povo feliz.
Jorge Khoury