Com alimentos e gasolina em alta, inflação avança 0,24% em agosto

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Pressionada pela disparada dos alimentos e pelos reajustes da gasolina, a inflação oficial brasileira avançou 0,24% em agosto. O índice é o maior para o mês desde 2016. Por isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula uma alta de 2,44% nos últimos 12 meses.

O resultado da inflação de agosto foi divulgado nesta quarta-feira (09/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e foi influenciado (IBGE), sobretudo, pelo custo dos transportes e dos alimentos. Segundo o IBGE, o grupo dos transportes subiu pelo terceiro mês consecutivo, a 0,82%, por conta da alta de 3,22% da gasolina. Já o grupo de alimentação e bebidas, que havia ficado estável em julho, acelerou para 0,78%.

A alta dos alimentos é um reflexo da alimentação no domicílio, que subiu 1,15% em agosto, influenciada pela disparada de preços do tomate (12,98%), do óleo de soja (9,48%), do leite longa vida (4,84%), das frutas (3,37%) e das carnes (3,33%). O IBGE também aponta aumentos expressivos no arroz e no feijão. “O arroz acumula alta de 19,25% no ano e o feijão, dependendo do tipo e da região, já tem inflação acima dos 30%”, o gerente da pesquisa no IBGE, Pedro Kislanov. Porém, também identificou recuos nos preços da cebola (-17,18%), do alho (-14,16%) e da batata-inglesa (-12,40%).

Por conta disso, a inflação está pesando mais para as famílias mais pobres. Segundo o IBGE, para quem ganha até cinco salários mínimos, a pressão dos alimentos chega a 0,80%. Por conta disso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,44% em agosto e 2,94% nos últimos 12 meses, acima do indicador oficial da inflação.

“O item de maior peso no IPCA é a gasolina, que fez com que os Transportes apresentassem o maior impacto positivo no índice de agosto. E a segunda maior contribuição veio do grupo Alimentação e bebidas. Já no INPC, que é um índice mais voltado para famílias de menor renda, os produtos alimentícios pesam mais e por isso o índice acumula uma alta superior à do IPCA no ano”, explicou.

Outros produtos

Também contribuíram com a alta de 0,24% da inflação em agosto os preços da habitação, dos artigos de residência e da internet. Segundo o IBGE, a habitação subiu 0,36%, influenciada pelos reajustes do aluguel residencial (0,32%) e da energia elétrica (0,27%), mas também por conta da disparada de preços de materiais de construção como o tijolo (9,32%) e o cimento (5,42%).

Já os artigos de residência subiram 0,56% por conta dos preços de artigos de tv, som e informática (2,06%) e de eletrodomésticos e equipamentos (0,93%), que vêm sendo pressionados pela alta do dólar. E o acesso à internet subiu 8,51% devido ao reajuste no valor cobrado pela banda larga por uma das das empresas pesquisadas pelo IBGE, levando o grupo de comunicação a uma inflação de 0,67%.

Por outro lado, a educação ajudou a conter a inflação. O grupo apresentou deflação de 3,47% em agosto, já que várias instituições de ensino passaram a conceder descontos nas mensalidades escolares na pandemia de covid-19 e o IBGE só incluiu essa mudança de preços no IPCA de agosto. Também foi negativo o resultado do grupo de vestuário (-0,78%).

Correio/foto: Igo Estrela/CB/D.A Press)


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