Embora o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha indicado Fernando Haddad como pré-candidato do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República, caso ele próprio não possa concorrer, o nome do ex-prefeito de São Paulo não parece estar definido na legenda. Isso foi o que mostrou o governador da Bahia, Rui Costa, em entrevista ao programa Manhattan Connection, na última quarta-feira (17).
"Na minha visão, o que o presidente Lula fez foi... É preciso iniciar os debates e a Direção Nacional fez. É legítimo que o candidato em 2018 puxe, inicie os debates nacionais", declarou Rui ao comentar a atitude de Lula. Questionado pelo apresentador Caio Blinder o que motivou a escolha por Haddad, que perdeu a eleição para o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em 2018, e não ele, o governador brincou. "Eu já fico mais animado tendo seu depoimento e, eventualmente, seu voto, mas acho que não tem nada definido ainda", frisou.
O petista baiano chegou a ser ventilado como um provável presidenciável dentro do PT. Já em seu segundo mandato consecutivo, ele deixa o governo da Bahia em 2022. Na entrevista, Rui destacou que o desejo maior é de contribuir com o projeto escolhido, seja no PT ou com aliados.
"Nós queremos participar ativamente desses debates, na construção de propostas concretas, quero poder dialogar com Eduardo Leite [governador do Rio Grande do Sul, do PSDB], com o Doria [governador de São Paulo, também do PSDB], com o governador do Espírito Santo, do Paraná, quero poder dialogar com outros governadores pra que, juntos, possamos salvar o Brasil dessa catástrofe", afirmou, se mostrando aberto a alianças com outras legendas.
Essa resposta acabou sendo um complemento à pergunta feita anteriormente: por que o PT vai lançar candidato, correndo o risco de perder para Bolsonaro mais uma vez? Na avaliação de Rui, porque o partido tem "muito a mostrar".
Ele defende que uma análise pela história recente do Brasil vai mostrar que se abriu mais vagas em universidades públicas, se construiu mais unidades básicas de saúde, mais habitação popular para a população e se investiu mais em infraestrutura nos governos petistas. Neste ponto, o governador destacou também suas ações na Bahia, ao exaltar a entrega de 10 novos hospitais e de 25 policlínicas regionais de saúde, entre outros projetos.
"Nenhum estado do Brasil está fazendo projetos de infraestrutura, de geração de emprego, de cuidado com a vida humana como nós estamos fazendo aqui, como outros governadores do Ceará, Pernambuco, Alagoas, Pernambuco, Maranhão. Do Sul, quero abraçar aqui o Eduardo Leite... Temos muito a apresentar e, portanto, caberá ao eleitorado definir quem irá ao segundo turno. O que não se pode, de forma totalitária, autoritária, impedir que o partido A, B ou C lance candidato", defendeu. Citado por Rui, o governador do Rio Grande do Sul surge no debate como um alternativa da ala do PSDB que não quer ver João Doria como candidato ao Palácio do Planalto em 2022.
BN/Foto: Divulgação/ Facebook Rui Costa