A companhia aérea brasileira Gol informou nesta segunda-feira, 24, que fechou um financiamento de até US$ 600 milhões (cerca de R$ 3,3 bilhões) com a gestora Castlelake para financiar a aquisição de novas aeronaves 737 Max 8. A taxa de juros para os arrendamentos financeiros é de aproximadamente 6% ao ano, o que representa uma redução em relação aos custos de arrendamentos operacionais das aeronaves atuais na frota.
Segundo a aérea, os recursos originados pela transação cobrirão 100% do custo de aquisição das novas aeronaves e prevê recursos adicionais que serão direcionados para obrigações e custos de devolução das aeronaves 737 NG da GOL. A companhia espera devolver até 18 aeronaves 737 NG em 2022, e um total de 34 aeronaves NG até o fim de 2025.
Conforme a Gol, a entrega das aeronaves Boeing 737 Max adicionais começa em janeiro de 2022, em linha com o plano da empresa de acelerar a transformação de sua frota até 2026. No terceiro trimestre de 2021, a companhia firmou contratos para 26 aeronaves adicionais Max 8, e atualmente possui um total de 102 aeronaves Boeing 737 Max a serem entregues.
A companhia aérea acrescenta que o Boeing Max também é um componente chave na meta da empresa para atingir a neutralidade de carbono até 2050, já que essa aeronave consome 15% menos combustível, produz 16% menos emissões de carbono e 40% menos ruído, e possui maior alcance de voo do que o modelo NG.
Em relatório sobre o movimento de renovação da frota da Gol, o Citi afirmou se tratar de um movimento aparentemente positivo. “O esforço da Gol para cumprir seu plano de renovação de frota é um sinal positivo para os custos unitários futuros da operadora”, avaliam os analistas Stephen Trent, Brian Roberts e Filipe Nielsen, em relatório.
O banco reiterou a recomendação de compra do ADR da Gol, apontando que as ações estão subvalorizadas, com preço-alvo de US$ 10,75 e potencial de alta de 73,9% ante o fechamento de sexta-feira, 21.
Histórico de problemas
As aeronaves 737 Max, da Boeing, porém, são alvo de desconfiança de parte do mercado. Por defeitos de fabricação, elas protagonizaram dois acidentes fatais, em 2018 e 2019, que resultaram na morte de 346 pessoas. A aeronave teve os voos temporariamente proibidos, mas foi aos poucos liberada por agências regulatórias do setor de aviação em todo o mundo, incluindo a brasileira Anac.
Estadão/© Hélvio Romero/Estadão