O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez piada, nesta quarta-feira (2), com a cratera que se abriu no asfalto na marginal Tietê, em São Paulo, na manhã de terça (1°).
Parte do asfalto da pista local da marginal, entre as pontes do Piqueri e da Freguesia do Ó, cedeu após o rompimento de uma tubulação de esgoto, que inundou um poço de ventilação da obra da linha 6-laranja do metrô.
O rompimento ocorreu quando o tatuzão, equipamento responsável pela escavação dos túneis do metrô, passava cerca de três metros abaixo. Não houve feridos, e as causas do rompimento estão sendo investigadas.
Em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro zombou do acidente.
“Semana que vem a gente conclui a transposição do [rio] São Francisco. Em São Paulo, eu vi a transposição do Tietê”, disse, rindo, o presidente.
A fala do mandatário foi transmitida por um site bolsonarista.
A cratera aberta na marginal virou arma contra a campanha do governador João Doria (PSDB) ao Palácio do Planalto. O pré-candidato tucano é adversário político de Bolsonaro.
A linha para ligar a Brasilândia, na zona norte, à Liberdade, no centro, foi retomada por Doria após quatro anos de paralisação. Trata-se de uma das principais apostas de vitrines eleitorais do tucano.
Além do mais, a declaração de Bolsonaro, que exalta o trabalho de sua gestão na transposição do São Francisco, é enganosa.
A obra ocorre desde o segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e atravessou os governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), seguindo na gestão Bolsonaro.
Temer, em 2017, inaugurou o começo do Eixo Leste. Em 2020, Bolsonaro deu início ao funcionamento de uma parte do Eixo Norte. Quando Bolsonaro assumiu, a execução física já estava acima de 90%, como mostra verificação do Comprova.
Ricardo Della Coletta/Folhapress/Foto: Eduardo Knapp/Folhapress