Em meio à celebração pelo fato de o público estar de volta, após dois anos de restrição por causa da Covid, à audiência Urbi et Orbi, o papa Francisco lamentou que o mundo esteja vivendo uma “Páscoa de guerra”. O pontífice criticou implicitamente a Rússia por arrastar a Ucrânia para um conflito “cruel e sem sentido”.
Cerca de 100 mil pessoas compareceram à praça de São Pedro após uma longa missa, segundo o Vaticano. Francisco dedicou grande parte do discurso à Ucrânia, comparando o choque da guerra no Leste Europeu ao dos apóstolos que o Evangelho diz que viram Jesus ressuscitado.
“Nossos olhos também estão incrédulos nesta Páscoa de guerra. Vimos muito sangue, muita violência. Nossos corações também se encheram de medo e angústia, como muitos de nossos irmãos e irmãs tiveram de se trancar para ficar a salvo de bombardeios”, disse.
“Que haja uma decisão pela paz. Que acabe a exibição de músculos enquanto as pessoas sofrem.” Francisco ainda agradeceu àqueles que acolheram refugiados da Ucrânia —que já passam de 5 milhões.
O pontífice, que sofre de dores crônicas nas pernas, resistiu bem durante a longa missa e depois percorreu a multidão na praça e em uma rua próxima, sentado no papamóvel aberto. Depois, leu a maior parte do discurso Urbi et Orbi da varanda sentado, de pé apenas no início e para a bênção final.
“Por favor, não nos acostumemos com a guerra”, disse. “Que os líderes das nações ouçam o apelo do povo pela paz.” Ele ainda pediu reconciliação entre israelenses e palestinos e entre os povos de Líbano, Síria, Iraque, Líbia, Mianmar e República Democrática do Congo.
Na noite de sábado (16), Francisco compareceu a uma vigília pascal, sem presidi-la.
Folhapress/Foto: Tânia Rego/Arquivo/Agência Brasil