Queiroga diz que novo calendário de vacinação contra Covid só será definido com ‘evidência científica’

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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participa de Cerimônia de Liberação de Recursos para Atenção Primária à Saúde no Enfrentamento da Covid-19

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a pasta ainda não definiu quando e como será implantado o calendário definitivo de vacinação contra a Covid-19 no Brasil.

A medida vem sendo cobrada por gestores de saúde nos estados, aflitos com a indefinição.

Por enquanto, apenas doses de reforço estão sendo aplicadas –e a quarta delas, apenas em grupos específicos, de idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos.

Para o restante da população ainda não há uma política definida, e sequer está claro se todos voltarão a receber qualquer tipo de vacina, e com que periodicidade.

Apesar das cobranças, o ministro afirma que ainda faltam evidências científicas para que sejam anunciados os grupos que deverão se vacinar todos os anos (se populações específicas ou quase todos os brasileiros, como ocorreu em 2021), a regularidade com que as pessoas receberão os imunizantes, e até mesmo que vacinas serão as mais apropriadas para a nova realidade epidemiológica da Covid-19.

“O mundo ainda não tem todas essas respostas”, afirma ele.

“Vamos ter uma política em que a vacinação será recomendada apenas aos mais idosos? A partir de que idade? Será preciso vacinar as pessoas anualmente? Ou em intervalos menores? Ou maiores? E que vacinas serão afinal as mais apropriadas, diante de novas variantes que surgem? Tudo isso ainda está sendo estudado”, afirma ele. “Tudo isso também tem um custo que precisa ser analisado”, segue.

“Não posso orientar uma política pública com base em impressões pessoais e entrevistas de médicos na televisão”.

Queiroga afirma, no entanto, que “nenhuma política pública de interesse da sociedade brasileira será suspensa”.

Ele diz também que o ministério definirá os grupos que poderão receber imunizantes contra a Covid com periodicidade, como ocorre com as vacinas da gripe.

Nada impediria, no entanto, que uma pessoa mais jovem, de um grupo eventualmente não contemplado com a imunização no SUS, procure uma clínica particular para se vacinar. O ministério pretende regulamentar a compra dos imunizantes pela iniciativa privada.

O ministro diz também que, antes de se preocupar com um calendário definitivo de vacinação, o país precisa convencer mais pessoas a tomarem as doses de reforço.

Hoje, 74% dos brasileiros já tomaram a segunda dose da vacina contra a Covid-19. Mas apenas cerca de 30% buscaram os postos de saúde para receber a dose de reforço.

Mônica Bergamo/Folhapress/Foto: Fábio Pozzebom/Arquivo/Agência Brasil

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