Presidente do Ibama, o advogado Eduardo Bim disse durante palestra em abril que é “um psicopata” e não está “nem aí” para reportagens de jornal. Ele também desdenhou de decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que o afastou do cargo por 90 dias em 2021
“Beleza, licença-prêmio, 90 dias afastado. Tô nem aí, tô tranquilo, porque eu só trabalho em uma calibração técnica”, disse. Ele foi afastado no âmbito da operação Akuanduba, que investiga a edição de um despacho pelo Ibama, em 2020, que teria permitido a exportação de produtos florestais sem a necessidade de emissão de autorizações.
Bim também fez mais uma crítica indireta a Moraes, que em 2018 sugeriu ao STF a fixação da tese da imprescritibilidade do dano ambiental, o que significa que não há limite de prazo para que se exija na Justiça reparação por danos ao meio ambiente. A tese foi fixada pela corte em 2020.
“Já foi dito aqui, dito na plateia: dano ambiental [é] imprescritível, 2018, Supremo. Puta loucura, mas fazer o quê? Paciência”, disse.
Na palestra do Instituto Brasileiro de Direito Imobiliário (Ibradim), ele ainda disse que “os loucos gostam de ambiental, porque eles se sentem confortáveis na área, inventando coisas”, usando a expressão “manicômio” para se referir à área.
Bim ainda cutucou os funcionários do Ibama, dizendo que são “super interessados, quando eles querem, como todo ser humano, mas um pouquinho pior em alguns casos”.
Por fim, o presidente do Ibama criticou uma suposta dicotomia que ele enxerga em seus críticos, para os quais ele é o “gestor malvadão” e eles são os “salvadores do meio ambiente”. “Não, todo mundo trabalha para implementar política pública que teoricamente tutela o meio ambiente, dentro dos limites da política pública, sem mais nem menos, sem amor nem ódio, o que é mais difícil, pois somos todos seres humanos”.
Fábio Zanini/Folhapress/Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados/Arquivo