Crônica: O debate dos candidatos rimadores 

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Está começando agora, o tão esperado debate entre os candidatos ao pleito presidencial desse ano. Todos estão em seus lugares, ávidos para se digladiarem com ofensas, insultos e achincalhamentos para vencerem o debate, e com isso, deixando de apresentar projetos, programas de governo etc. 

Porém, nesse debate, teremos uma regra básica para todos os participantes: as perguntas e respostas deverão ser feitas no estilo Rap. O candidato que melhor rimar, ganha o debate.  

O candidato da esquerda pode começar: 

“— Igualdade para o povo, 

socialismo de montão. 

Melhor que a ditadura 

e as balas de canhão”. 

O candidato da direita pode se defender: 

“— Sem canhão não tem a ordem 

pra evitar a bandalheira. 

Na defesa dos bons costumes 

da família brasileira”. 

O candidato do centro pode se manifestar: 

“— Com canhão ou igualdade, 

essas coisas tanto faz. 

O importante e estar do lado 

que a gente ganha mais”. 

Réplica da esquerda: 

“— O importante de verdade 

é o povo ter o que comer. 

Mas se houver algum escândalo, 

a gente finge não saber”. 

Réplica da direita: 

“— Fingir que não se sabe, 

pra mim não vai colar. 

Pois escândalo se esconde 

não deixando investigar”. 

O centro pode fazer a réplica: 

“— Com o escândalo descoberto, 

saímos de cima do muro. 

Pagando bem, mudamos de lado. 

Dinheiro do bolso e o dedo duro”. 

Então, um cidadão brasileiro que assistia ao debate pede um aparte, e manda a rima: 

“— Sou do povo, brasileiro 

saco cheio dessa treta. 

Politicagem o dia inteiro 

de bandido e picareta. 

E enquanto o povo sofre 

sem esperanças de viver, 

políticos enchem o cofre 

só querendo mais poder. 

Hoje rege um fanatismo 

dividindo o Brasil. 

Pra acabar esse idiotismo, 

vão pra P… Q… P…” 

Por Rodrigo Alves de Carvalho

E o cidadão brasileiro vence o debate! Rodrigo Alves de Carvalho nasceu em Jacutinga (MG). Jornalista, escritor e poeta possui diversos prêmios literários em vários estados e participação em importantes coletâneas de poesia, contos e crônicas. Em 2018 lançou seu primeiro livro individual intitulado “Contos Colhidos” pela editora Clube de Autores.

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