Padre Kelmon, candidato à presidência, não faz parte da igreja, denunciam representantes ortodoxos e católicos

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Nota divulgada em nome da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil e assinada por Dom Tito Paulo George Hanna diz que o candidato Padre Kelton nunca fez parte da igreja:

Chegou ao nosso conhecimento que muitos cidadãos têm questionado membros da nossa igreja a respeito de um candidato à Presidência da República pelo PTB, que se auto apresenta como Padre Kelmon, utilizando insígnias de nossa tradição, sobre a veracidade de seu vínculo à nossa Igreja. Diante disso, esclarecemos que, em pleno respeito, mas também gozando da mesma liberdade de pensamento, consciência e religião prevista no 18º artigo da Declaração dos Direitos Humanos e no artigo 5º da Constituição Federal do Brasil, o referido candidato não é membro de nossa Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil em nenhuma de suas paróquias, comunidades, missões ou obras sociais“, enfatizou o documento.

O candidato a presidência surgiu como uma novidade no processo eleitoral nacional, substituindo Roberto Jefferson (PTB), que teve candidatura barrada pelo TSE. Kelmon era vice do candidato do PTB.

O documento afirma que o “padre” nunca foi seminarista ou membro do clero da Igreja em nenhum dos três graus da ordem, quer no Brasil ou em outro país. 

Padres católicos também questionam a denominação anunciada por Kelmon: “De onde apareceu essa criatura? Só sei que padre católico ele não é”, declarou o padre Otávio Juliano de Almeida, professor de Teologia da PUC Minas e pároco da Basílica do Santo Cura d’Ars, no bairro Prado, na região Oeste de Belo Horizonte.

Ele não tem comunhão. Nem em Roma, nem mesmo com qualquer igreja de rito ortodoxo. De maneira nenhuma alguém assim pode atribuir-se esse título. Em se tratando de religioso, parece mais um outsider, que quer posar”, declarou o padre Fabiano de Oliveira, da Igreja Católica Apostólica Romana. 

O padre Edir Carvalho do Carmo, administrador da Paróquia Nosso Senhor dos Passos e São Cristóvão, em Sarzedo, na região Metropolitana de Belo Horizonte, ressaltou que a Igreja Ortodoxa é considerada pela Igreja Católica como um segundo pulmão, principalmente no Leste Europeu, e falou sobre as normas para os religiosos que querem entrar na vida política: “O que eu posso dizer, como membro da Igreja Católica Apostólica Romana, é que quando um padre vai se candidatar a vereador, prefeito, presidente, ele tem que deixar o Ministério. A igreja não tem partido, apesar de ressaltar a importância do voto, que é uma conquista da sociedade“, explicou. 


Com informações do Jornal Estado de Minas/ Foto arquivo PRTB

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