(ANSA) – Diversos ex-chefes de Estado e de governo da União Europeia divulgaram nesta sexta-feira (30) um manifesto em defesa da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2 de outubro.
“Já tem uma lista de quase oito países da Europa que querem ligar para a gente na segunda-feira para estabelecer uma nova relação”, disse Lula na coletiva no Rio de Janeiro, ao lado do candidato que apoia para o governo fluminense, Marcelo Freixo (PSB).
O ex-presidente disse ainda que pretende, se eleito, estabelecer o Orçamento Participativo no lugar do Orçamento secreto, fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição e segundo nas pesquisas, e previu que, em caso de vitória, os próximos quatro anos serão mais difíceis que seu primeiro mandato, conquistado em 2002, a começar pela transição de governo.
“O Bolsonaro pode querer tentar criar qualquer confusão na transição”, afirmou, ao elogiar a transição realizada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso em 2002, afirmando que, ao contrário de Bolsonaro, o PSDB, que até 2018 polarizou as disputas presidenciais com o PT, fazia política, comemorando quando vencia e deixando o adversário comemorar quando perdia.
Após participar do debate na TV Globo, que terminou somente na madrugada desta sexta, e da coletiva com Freixo, Lula ainda irá nesta sexta à Bahia e ao Ceará para caminhadas de campanha.
Entre os signatários do documento estão o ex-presidente da França François Hollande, o ex-premiê francês Dominique de Villepin, os ex-primeiros-ministros da Itália Enrico Letta e Massimo D’Alema, o ex-presidente do governo da Espanha José Luis Rodríguez Zapatero, o ex-premiê da Bélgica Elio Di Rupo e a ex-presidente da Suíça Micheline Calmy-Rey – com exceção do conservador De Villepin, todos são de centro-esquerda.
“Quando a democracia está em perigo, todos os democratas devem se unir para derrotar a extrema direita”, diz o manifesto, enviado pela equipe de Hollande à agência de notícias francesa AFP.
“É por isso que nós, ex-chefes de Estado e de governo de diversas tendências políticas, apoiamos a candidatura do ex-presidente Lula”, acrescenta. Segundo os líderes, o mundo “precisa de um Brasil democrático e justo”.
“Apenas um homem de Estado como Lula pode enfrentar esse desafio”, ressalta o texto. (ANSA)
Por Eduardo Simões (Reuters)/ANSA