Aliados preveem radicalização de Bolsonaro se estiver ocioso em 2023

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Foto: Presidência da República

Aliados de Jair Bolsonaro (PL) preocupam-se com a vida dele pós-Presidência, caso se concretize a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro ou segundo turno.

Nesse cenário, Bolsonaro estará, a partir de janeiro de 2023, sem mandato pela primeira vez em 34 anos.

Militar reformado, ele não tem uma profissão que possa voltar a exercer para ocupar o tempo e garantir um salário, como faz Michel Temer (MDB) com a advocacia.

Também não tem perfil para ser dirigente partidário ou montar um instituto, como fizeram Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Lula.

A questão financeira é a que menos preocupa, pois Bolsonaro pode pedir aposentadoria à Câmara por seus sete mandatos como deputado federal.

Mas se Bolsonaro estiver ocioso, diz um interlocutor dele, a tendência é que ele se dedique exclusivamente ao ativismo político e se radicalize ainda mais, para tentar voltar ao poder em 2026.

O paralelo óbvio é com a trajetória do ex-presidente Donald Trump desde que deixou a Casa Branca, no ano passado.

Uma preocupação específica é com a possibilidade de que um eventual comportamento mais radical de Bolsonaro sirva como pretexto para ele sofrer uma ordem de prisão, no âmbito de inquéritos que investiguem atos antidemocráticos.

Folha de S. Paulo

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